O lar das irmãs idosas

No Convento Santíssima Trindade, na capital paulista, há uma área especial para as irmãs de idade avançada. Depois de uma vida inteira dedicada à missão, as missionárias são acolhidas na Comunidade do Lar Santana, onde recebem os cuidados necessários para essa etapa da vida.

Atualmente são 20 irmãs de 77 a 95 anos de idade. Irmã Monika Kopf é a coordenadora e cuida para que tenham um bom convívio e acompanhamento espiritual, como tempo de oração pessoal e comunitária, missa diária, retiro espiritual, entre outros.

Para os cuidados diários de saúde, há uma equipe de duas enfermeiras e várias cuidadoras. Além disso, contam com fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, nutricionista e uma médica geriatra para acompanhá-las em suas necessidades associadas à idade e garantir uma melhor qualidade de vida.

As que têm possibilidades se ocupam com trabalhos manuais e ajudam-se mutuamente nas atividades cotidianas. Mesmo não podendo sair, elas continuam servindo a Deus com fidelidade e são missionárias até o último momento de suas vidas.

Por suas orações e o terço, mesmo com a saúde debilitada, oferecem a Deus suas dificuldades como sacrifício para o bem das pessoas que também passam por sofrimentos. Assim, elas são colunas que sustentam a missão das irmãs e a vida da Igreja.

Com amor e muito interesse, acompanham o que acontece na Congregação e no mundo. Nas missas e orações, estão sempre intercedendo pela paz no mundo, pelas situações em que vivem os pobres e pelos rumos do País e da Igreja.

Voltar ao passado e preparar o futuro

Irmã Mansuetis Santanna foi uma das últimas irmãs que chegaram à comunidade, há cerca de um mês. Com 90 anos, até bem pouco, estava muito ativa na comunidade do Rio de Janeiro, colaborando na catequese das crianças do Colégio Imaculado Coração de Maria.

Para a religiosa, essa foi uma mudança muito difícil, uma vez que ela viveu muitos anos no Rio de Janeiro. Mas, com grande espírito de fé, a missionária fala sobre esse momento de sua vida:

“Somos criados por Deus, e o suporte da vida é a graça, gratuidade do Pai. No tempo, as mudanças fazem parte da vida. Diz São Paulo: ‘Quando eu era criança, falava como criança…’ (1 Cor 13,11). Crescemos e tornamo-nos adultos, determinamo-nos com fé, e as mudanças surgem.

No apogeu, vivenciamos bondade, desprendimento, tenacidade e alegrias visíveis pelo desejo de acolher e partilhar os dons recebidos. Sempre mudanças, mas, com Cristo, vive-se com Deus. Diz o profeta: ‘Porque eu, o Senhor, não mudo’ (Mal 3,6).

Há um mês, cheguei ao Lar Santana, casa aconchegante de irmãs SSpS que se doam em oração, servindo a Igreja, e de leigas que ‘servem ao Senhor com alegria’. Aqui se vive o silêncio, a oração, a paz, a alegria e a beleza da vida, expressa na convivência com as pessoas que nos visitam.

Novo caminho, esperança! Esperança com olhar retroativo e pleno de amor. Como ‘predicanda’, voltar ao abrigo que me acolheu jovem ainda e caminhar dizendo: ‘Cristo, ontem, hoje e sempre’ (Heb 13,8).”

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