O Dia do Bibliotecário é celebrado em 12 de março, em homenagem ao nascimento do primeiro bibliotecário concursado do Brasil, Manuel Bastos Tigre (1882-1957). Mas essa profissão pouco conhecida surgiu há séculos, nos tempos remotos da civilização.
E o que é que faz um bibliotecário? Bem, esses profissionais organizam, guardam, identificam os assuntos dos livros e dos documentos, traduzem para o sistema da biblioteca e, mais ainda, permitem que eles estejam acessíveis para todos os que possam se interessar. Legal, né?! Não é só na biblioteca que um bibliotecário trabalha, mas provavelmente esse é seu lugar preferido.
Já faz um tempo que o mundo digital não é novidade, mas muitos ainda acreditam que as bibliotecas não acompanharam esse ritmo. Será? Bem, posso garantir que isso não é verdade. É só “dar um Google” para descobrir o tanto de bibliotecas digitais e virtuais que existem mundo afora. Sem falar nos inúmeros recursos digitais e on-line que as bibliotecas presenciais oferecem.
No Brasil, por exemplo, temos o Domínio Público, http://www.dominiopublico.gov.br/ uma biblioteca virtual criada pelo Ministério da Educação que conta com mais de 180 mil títulos em diversas mídias, disponíveis para baixar gratuitamente. Já a ONU tem um projeto chamado Biblioteca Digital Mundial, https://www.wdl.org/pt/ que reúne documentos oficiais sobre a cultura de diversos países. Acesse e confira!
Em tempos de pandemia
Só que veio o novo coronavírus, e o digital e o on-line deixaram de ser exceção. Em muitos casos, viraram regra. Há um ano, espreitávamos o que nunca imaginamos viver: a maior pandemia dos nossos tempos.
Deixamos nossas salas de aula e passamos a ocupar os cantos da casa. Nossos celulares e computadores ficaram cheios de atalhos e arquivos ocupando suas memórias. Os professores e colegas passaram a ser vizinhos de tela no Classroom, cada um ocupando, literalmente, seu próprio quadrado.
Mas onde fica a biblioteca nessa história toda? É engano nosso pensar que a biblioteca está fechada atrás dos portões dos colégios. Tal qual nossa escola é viva, assim também são nossas bibliotecas.
Atravessando muros de concreto e a distância, a biblioteca, em tempos de pandemia, tem nos aproximado no amor e na esperança de um breve e caloroso reencontro. Seja nas “aulas de biblioteca” on-line ou nos eventos remotos abrilhantados por um conto ou poema, o papel dos bibliotecários é presente e, às vezes, quase invisível, mas precioso na biblioteca escolar.
O paraíso
Desde os anos iniciais, os momentos de “contação” de histórias são repletos de encanto e auxiliam no processo de formação de nossos pequenos estudantes, promovendo a resiliência, ampliando o repertório sociocultural e desenvolvendo a comunicação, para a autonomia das crianças.
Em cada ação, esses guardiões dos livros carregam a missão de incentivar o pensamento crítico, a imaginação e a curiosidade, ampliando o gosto pela leitura. Dentro desse ambiente aberto e imaginativo, promovido pelos contos, tudo é possível.
Os livros, sejam eles digitais ou físicos, permitem-nos encontros preciosos, arrancam-nos suspiros de medo e curiosidade, transbordam-nos alegria e nos encantam profundamente.
Aprendemos muito, nesse último ano, sobre o valor da vida. Percebemos que o que realmente importa, muitas vezes, esteve sempre conosco e não precisamos de muito mais para sermos felizes.
O escritor argentino Jorge Luis Borges disse: “Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de biblioteca”. Parece que ele está certo, não é mesmo? Nem precisamos estar dentro delas para perceber o quanto as bibliotecas são nosso lugar de repouso e alento. Nunca foi um lugar só para aprender e estudar.
Em nossas escolas, isso não é novidade. É só observarmos os olhares dos alunos para percebermos que a leitura é a receita que diminui qualquer distância.
Teily Ane Teles de Assis
Bibliotecária escolar no Colégio Stella Matutina, Juiz de Fora-M