33º Domingo do Tempo Comum

“Muito bem, empregado bom e fiel”
Mt 25,14-30

O Evangelho de hoje situa-se no quinto e último grande discurso do Evangelho de Mateus, o “discurso escatológico”, ou aquele que trata do fim último das coisas. O tema básico do discurso é a vigilância, ilustrada pela leitura dos sinais dos tempos (24,1-44), a parábola do empregado responsável (24,45-51), a das virgens prudentes e imprudentes (25,1-13), e que vai terminar no próximo domingo, Festa de Cristo Rei, com o texto sobre o Juízo Final (25,31-46).

O texto de hoje versa sobre os empregados e os talentos. No tempo de Jesus, um talento era uma soma considerável de dinheiro. Hoje, no contexto da parábola, pode ser interpretado em termos de dons recebidos de Deus. O trecho demonstra que o importante é arriscar-se e lançar-se à ação em prol do crescimento do Reino de Deus, para que os dons que recebemos de Deus possam crescer e frutificar (de forma alguma, deve-se interpretar o texto ao pé da letra, como se ela tratasse de investimentos e lucros financeiros, pois ele é uma parábola, que é uma comparação que usa imagens e símbolos conhecidos).

Jesus confiou à comunidade cristã a revelação dos segredos do Reino e a revelação de Deus como o “Abbá”, ou querido Pai. Esse dom é um privilégio, mas também um desafio e uma responsabilidade. Nem a comunidade cristã nem o cristão individual podem guardar para si essa riqueza. Embora carreguemos “esse tesouro em vasos de barro” (2Cor 4,7), como diz São Paulo, temos de partir para a missão, para que o maior número possível chegue a essa experiência de Deus e do Reino. Não é suficiente que estejamos preparados para o encontro com o Senhor (mensagem do domingo passado), o outro lado da medalha é a atividade missionária, que faz com que o Reino de Deus cresça, mediante o testemunho da nossa prática da justiça.

Padre Tomaz Hughes, SVD, biblista e assessor da CRB e do Cebi. Dedicou-se a cursos e retiros bíblicos em todo o Brasil. Publicou diversos artigos e o livro “Paulo de Tarso: discípulo-missionário de Jesus”. Faleceu em 15 de maio de 2017. Suas reflexões bíblicas são muito atuais.

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