A evolução das bibliotecas e o desafio do profissional bibliotecário

O mundo está em transformação. Não se pode negar o impacto das mudanças tecnológicas na forma de realizarmos leituras e consumirmos conteúdo. Assim como a sociedade se transforma, os espaços que nela existem também, e não é diferente com as bibliotecas. Estas não podem mais ser vistas apenas como um lugar de empréstimo de livros.

Na Antiguidade e no Período Medieval, as bibliotecas guardavam escritos de intelectuais gregos, egípcios e romanos. Apenas esse grupo tinha acesso ao conhecimento. Já na Idade Média, o clero, a nobreza e os militares formavam a classe dominante e, por sua vez, mantinham todo o conhecimento, que era gravado em suportes variados, como tabuletas de argila, rolos de papiro, pergaminho e enormes códices armazenados em bibliotecas de mosteiros. Se retomarmos o significado da palavra biblioteca, de acordo com o dicionário, encontraremos o seguinte significado: “coleções de livros, edifício público onde se instala essa coleção, para ser consultada pelos interessados”.

No passado, as bibliotecas eram consideradas um templo, e o bibliotecário, seu guardião. Essa imagem, até pouco tempo, era mantida, mas, com o advento das novas tecnologias de comunicação, essa imagem começou a dar sinais de mudança. Na Contemporaneidade, as bibliotecas passaram a ser espaços de troca, de encontro, onde pessoas são tão importantes quanto livros. As bibliotecas rompem com o formalismo da instrução e se reconectam com o conhecimento e com o público.

Nesse contexto, com a introdução das novas tecnologias de informação e comunicação, as bibliotecas passaram a ter seus serviços automatizados. Esses novos recursos fizeram da biblioteca um lugar diferente daquele local antes visto como um depósito de livros. No presente, foram criadas denominações para a atual biblioteca, como unidade de informação, e para os bibliotecários, profissionais da informação.

Diante de todas essas transformações no mundo e na Biblioteconomia, o profissional bibliotecário deixou de ser um erudito, guardião de livros e se destacou como um profissional mediador no processo de busca da informação. Hoje, o bibliotecário é instigado a ultrapassar as barreiras de suas bibliotecas e instituições, e contribuir efetivamente para o acesso, visibilidade, compartilhamento e uso da informação. Nesse sentido, as tecnologias da informação e comunicação (TIC) vieram ampliar e ressignificar a sua atuação, tornando-se uma grande aliada.

Mesmo com toda essa evolução das TIC, que vieram para facilitar e ampliar a atuação do bibliotecário, devemos lembrar que ainda há muitas barreiras a serem superadas, como a desigualdade social. No Brasil, hoje, cerca de 46 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à internet e, com isso, o bibliotecário permanece sendo o elo entre o passado e o futuro, atuando como gestor da informação e do conhecimento, a fim de atender às necessidades de informação da sociedade, seja ela por meio da tecnologia ou utilizando os recursos disponíveis. Por esse motivo, o bibliotecário é o profissional capaz de atuar em qualquer função que vise a organização e obtenção da informação e do conhecimento.

A biblioteca é um departamento de ações dinamizadoras, onde os saberes se multiplicam e a difusão das informações é constante. É um ambiente cultural, democrático, de interação e socialização, no qual se promovem não só o conhecimento, mas também o entretenimento entre as pessoas e o pensamento, um lugar onde a memória e a formação se conectam. Contudo, uma coisa é certa, por mais que as bibliotecas se transformem, os livros, que são seu tesouro, sempre existirão e permanecerão sendo o suporte da leitura.

Cristiane Dourado
Bibliotecária no Colégio Espírito Santo, em São Paulo-SP.

Cordel em homenagem aos bibliotecários

12 de março é destaque
nos dias do calendário,
pois tem significado
rico, extraordinário.

Comemora, nesse dia,
com honrosa e alegria,
Dia do Bibliotecário.

Você que cuida de livro
é para o mundo um presente,
em prol da educação,
fica na linha de frente,
conduzindo o saber,
sinto que é este SER
gente que cuida de gente.

E entre tantas pessoas,
a Cristiane Dourado,
desenvolve essa função
que faz com zelo e cuidado.

Pra paz na terra reinar,
nós precisamos tornar
o mundo mais educado.

As servas missionárias
do nosso Espírito Santo
cuidam dessa sapiência,
tal qual o zelo ao manto,
assim a bondade cresce
e o colégio agradece
esse frutífero encanto.

Poeta Costa Senna

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