Todo cristão precisa reconhecer-se um discípulo-missionário de Jesus. Essa concepção é reforçada no Documento de Aparecida, aprovado pelos bispos da América Latina e do Caribe em 2007. Cada um, conforme os próprios dons, deve colocar-se à escuta do Senhor e propagar a Boa-Nova, a partir de um intenso encontro com o Mestre. Neste Mês das Missões, conheça algumas experiências de quem responde, com gestos e palavras, ao chamado de anunciar Cristo.
Testemunho na vida diária
“Para mim, ser missionária serva do Espírito Santo é principalmente crescer na apropriação e na vivência do lema de nosso Fundador, Santo Arnaldo Janssen: ‘Viva Deus Uno e Trino em nossos corações e nos corações de todas as pessoas!’. Para isso, a cada dia, preciso me deixar amar por Aquele que, desde sempre, me amou e me chamou à vida, descobrindo as profundezas e as riquezas da verdadeira vida que Jesus veio nos comunicar. É irradiar a Boa-Nova e os valores do Reino, vivenciando e testemunhando-os em minha vida diária, com as pessoas que ele coloca em meu dia a dia. É descobrir também o que Deus quer mostrar a mim e a nós, crescendo na sensibilidade e no discernimento de sua vontade. É abrir-me, com generosidade e coragem, à realidade dos mais necessitados e excluídos de nossa sociedade, comprometendo-me com a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. Isso acontece quando sou mais presente a mim mesma e na relação com Deus, quando procuro viver o amor na comunidade e em minhas relações com as outras pessoas.”
Irmã Maria Inês de Aragão é missionária serva do Espírito Santo, membro do Concílio Provincial e tesoureira da Rede de Solidariedade (Redes).
Voz às crianças
“Eu me sinto privilegiada por exercer meu papel de educadora missionária em um ambiente acolhedor, como o de nossas escolas. Sou feliz por ajudar a propiciar um crescimento baseado na construção de valores e princípios, os quais nossos alunos e alunas certamente levarão como ensinamentos para a vida toda. Isso acontece desde a educação infantil, em que os alunos protagonizam e vivenciam suas experiências cotidianamente. Encanta-me observar as crianças brincando, convivendo, partilhando, conversando e explorando, por muitas experiências diárias, a arte da vida. Quando conseguimos acolher e dar a voz às crianças, para que falem sobre suas emoções, ajudando na reflexão de suas ações e no entendimento da importância do respeito ao próximo e a si mesmo, estamos cumprindo essa missão. O agradecimento pela vida ocorre diariamente. Assim, acredito que estamos plantando sementinhas do bem, para crescerem como seres humanos fortalecidos emocionalmente que conseguirão olhar o mundo e respeitar sempre os valores de cada um.”
Evelyn Joyce Molina é educadora da educação infantil no Colégio Espírito Santo, em São Paulo-SP.
Espalhar o bem
“Na sociedade atual, é muito importante estarmos atentos à realidade e à situação pela qual as pessoas estão passando a nosso redor. Muitas vezes, é difícil sairmos de nosso conforto para ir rumo a uma experiência fora de nossa realidade, sem qualquer obrigação, apenas querendo ajudar. Ser um jovem missionário é algo de extrema importância nos dias atuais, pois carregamos uma responsabilidade enorme de ser exemplo para os mais novos e até para os mais velhos. Os jovens são cheios de energia e sede de viver, e usar isso para o bem ao próximo é algo muito enriquecedor que nos faz evoluir como pessoa, aprendendo a ser gratos por tudo o que temos e sempre refletindo sobre nosso cotidiano e o impacto que cada um tem na sociedade, aprendendo a lidar com pessoas, barreiras, diferenças e falta de fé. Participar das missões solidárias é uma experiência única, marcante e muito intensa. Um simples abraço e um sorriso melhoram o dia de alguém, e nunca esquecendo que estamos todos unidos por um mesmo propósito: espalhar o bem.”
Giovanna Magalhães Lourenço Carmo é aluna da 3ª série do ensino médio do Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte-MG, e participou da Missão Sem Fronteiras em 2019.
A importância de acolher
“‘A tua vida, Senhor, é nossa vida; tua missão, nossa missão…’. Para mim, ser missionária aqui no Centro de Integração do Migrante é ter a consciência e a atitude de que sou chamada e enviada por Jesus Cristo a fazer uma só vida com aqueles e aquelas com quem encontro no cotidiano. Acolher, escutar, acompanhar e deixar-se acompanhar por eles nesse processo de integração e descoberta de novas culturas é sempre um eterno aprendizado mútuo. A experiência destes anos me mostra o quanto é importante acolher com um abraço, um sorriso, um olhar, uma palavra, um gesto. Parece muito simples, porém faz a diferença para quem dá e também para quem recebe.”
Irmã Malgarete Scapinelli Conte é missionária serva do Espírito Santo e dedica sua vida pela causa dos migrantes.
Dignidade às pessoas
“Ser um jovem missionário hoje é muito importante. Isso porque desenvolver habilidades como o altruísmo e a solidariedade se torna cada vez mais urgente e necessário. Cada vez mais, acredito que uma criança e um jovem colaborativo pode melhorar e salvar a sociedade. Não basta apenas conhecer os problemas sociais, como as guerras, a fome, a sede, as doenças, mas sim colocar todas as nossas forças para combatê-los e trazer mais dignidade a todas as pessoas.”
Tiago Valentim Viana é aluno da 2ª série do ensino médio do Colégio Espírito Santo, em São Paulo-SP, e gosta de envolver-se nos trabalhos voluntários que a escola realiza.