A família é indispensável no processo de formação integral do ser humano

Que a família é o pilar da sociedade nós já sabemos. Que ela é a base e a primeira escola na vida de qualquer ser humano, também. Mas por que a família é tão importante para a formação de crianças e adolescentes?

A família é a cellula mater responsável pela educação das crianças. Assim, assume relevante função na formação integral do ser humano, pois é seu primeiro espaço de convivência. É a primeira escola que proporciona grandes aprendizados, sendo um referencial de extrema importância para as crianças, na qual são experimentadas as afetividades, juízos e esperança.

No mundo em que vivemos, família e escola são os dois pilares na formação do ser humano. Desse modo, a família favorece a educação informal (não sistematizada), também conhecida como socialização primária, que forma a base do indivíduo, que se inicia no nascimento, no lar. A educação formal (secundária) é a ofertada pela escola, onde se aprendem outras culturas e conhecimentos.

Ao compreendermos que a criança está apta a aprender a todo instante, nos distintos âmbitos que a vida lhe oportuniza, percebemos que a família desempenha função primordial de mostrar os caminhos da vida, dar suporte nos momentos de necessidade, orientando sobre vivência no mundo, que, a cada instante, muda, renova-se. As conexões familiares são razões significativas para o aprimoramento da criança. Porém a inclusão da criança no universo escolar, com a socialização com outras crianças, professores, demais pessoas que compõem a comunidade escolar e acesso aos conteúdos acadêmicos, focados no aprimoramento das variadas áreas de conhecimento, consiste numa causa para a formação global da criança.

Desse modo, tanto a família quanto a escola desempenham papéis fundamentais nos aspectos cognitivos, afetivos e sociais dos indivíduos. Assim, são necessários e fundamentais, na educação integral, a cooperação, a divisão de responsabilidades e o compartilhamento de experiências nas ações educativas e formativas dos educandos. Conforme é explicitado na introdução da BNCC (Base Nacional Comum Curricular):

Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica.

No momento em que essa parceria é fortalecida, alcança-se o significado de que, juntas, escola e família, formarão indivíduos mais responsáveis, sensatos, espiritualizados e conscientes de sua missão no mundo.

O Papa Francisco, de uma forma bem clara, valida esse pensamento:

Uma das formas fundamentais para melhorar a qualidade da educação a nível escolar é alcançar uma maior participação das famílias e das comunidades locais nos projetos educativos. Elas fazem parte desta educação integral, oportuna e universal (discurso do Papa Francisco aos participantes do seminário com o tema “Education: The Global Compact”, promovido pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais, em 7 de fevereiro de 2020).

Durante o lançamento do “Pacto Educativo”, o Papa Francisco fez a seguinte assertiva: “Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa”. Diante dessa afirmação do Pontífice, é imperioso que se restaure o “Pacto Educativo” entre a família e a escola. Ao implementar essa ação, tendo a efetiva participação da família na rotina escolar, respeitadas todas as possibilidades de ensino ofertadas pela escola, fica claro o importante papel desempenhado pela família na formação integral do indivíduo.

Compreende-se como essencial, portanto, o papel da família e da escola na estruturação educacional do ser humano. Para que isso ocorra de fato, é necessário que as duas instituições se complementem, priorizando sempre o aluno. Ambas têm seu dever no processo educativo, cada uma com suas atribuições, observado suas particularidades, contudo carecem uma da outra. Desse modo, a família desempenha um papel intransferível de formação, pois no seio da família é que crianças e adolescentes realizam suas primeiras conexões e continuam a fortalecê-las, o que definirá seu desenvolvimento no futuro.

Adriane Gonçalves Guedes
Pedagoga, psicopedagoga e coordenadora pedagógica do ensino fundamental, anos finais, no Colégio Stella Matutina, em Juiz de Fora-MG.

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