A importância do professor em nossa formação

Tenho uma memória afetiva enorme com meus professores. Estudei a vida toda na mesma escola, e muitos me acompanharam desde a infância até a maioridade. Com alguns, eu tenho amizade nas redes sociais até hoje. Eles acompanham meu dia a dia como mãe de duas crianças em idade escolar: Lorenzo, de 8 anos, e Manuela, de 3.

Eles estão sempre curtindo, comentando e relembrando a bagunça que eu fazia em sala de aula (que meus filhos não me ouçam, mas eu era da “turma do fundão” [risos]). Mesmo eu falando durante a aula e não entregando as tarefas em dia, eles têm ótimas memórias sobre mim e dizem que veem em meus filhos muito de quem eu era quando criança. E eu digo que queria que meus filhos tivessem a oportunidade de estudar com eles, porque muito do que sou hoje devo a todos os professores que tive ao longo da vida.

Um ano e nove meses após o início da pandemia, ainda me pergunto como consegui manter meus filhos em casa por tanto tempo, isolados dos amigos e professores que fazem parte do cotidiano deles, com quem conviviam a maior parte do tempo. Foram 24 horas por dia comigo! Não conseguiria imaginar minha infância diferente do que foi, com tanto tempo longe assim. Recordo que 30 dias de férias já era demais, queria voltar logo para a escola e não conseguia dormir um dia antes do retorno, de tanta ansiedade para reencontrar todo mundo.

Eu me pergunto também como as professoras e os professores conseguiram fazer o mesmo com seus filhos, enquanto se reinventavam entre vídeos, edições, lives, aulas remotas e com todas as dificuldades individuais de diversas crianças ao mesmo tempo.

Ao longo da pandemia, diante dos maiores desafios como aulas remotas do mais velho e o desfralde da mais nova, ouvindo “MÃE” o tempo todo e sem poder contar com uma rede de apoio, depois de milhares de tentativas de atividades como desenhos, pinturas, colagens, massinhas (até BORDADO ensinei para o mais velho), e a bagunça pela casa toda, algumas frases eram inevitáveis nos momentos de esgotamento emocional: “Eu não fiz Pedagogia!”, “Sou fotógrafa, não professora!”, “Como as professoras conseguem?”, entre outras…

Tive a oportunidade de fazer um vídeo na escola de meus filhos quando ela estava para reabrir parcialmente, durante a pandemia. Era um vídeo mostrando todos os protocolos e adaptações que a escola fez para poder reabrir. O sentimento de angústia em ver o espaço vazio, sem a alegria das crianças, o barulho, as risadas e aquela correria toda foi realmente triste. Durante as gravações, captamos o depoimento de uma das diretoras, que se emocionou e começou a chorar, dizendo que as crianças faziam muita falta e que não aguentava mais ver a escola vazia, porque elas levavam vida para aquele lugar. Chorei junto, porque sabia o quanto os meus estavam em casa sentindo a mesma falta.

A pandemia nos mostrou que ser resiliente era a única opção, e os professores, sem dúvida, merecem todo o nosso apoio e reconhecimento. Imagino o quão desafiador foi para eles estipular rotina diária dentro de casa, com os seus, regras, os “combinados”, que parece tão fácil na escola. Enquanto ainda tinham de lidar com milhares de pais dos outros alunos, seus desafios e suas cobranças (gente, o grupo dos pais no WhatsApp é um lugar desafiador para se estar nesse período [risos]).

O ensino a distância foi um desafio na vida de todos, e os professores estão esgotados. Não há como não estar. Nós, como pais, temos o dever de dar apoio e acolhê-los da mesma forma que fizeram com nossos filhos.

Sinto muita gratidão por meus professores e, hoje, como mãe, não poderia ser diferente pelos professores e professoras de meus filhos. Esses profissionais dedicam suas vidas, dia e noite, para trazer não apenas conhecimento, mas dividem a educação deles conosco.

Que nesse Dia dos Professores, eles sintam nosso abraço e saibam que somos muito gratos por eles existirem e se dedicarem, com tanto amor, por essa profissão e por nossas crianças.

Bruna Gobbi
Fotógrafa, empreendedora no Studio Gobbi, formada em Rádio e Televisão, pós-graduada em Administração em Marketing, especialista em Marketing Digital, mãe de Lorenzo e Manuela, esposa de Gabriel e sem formação em pedagogia (risos).

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