O leite materno é considerado pelos especialistas como alimento “padrão ouro”, por isso, neste mês, realiza-se a campanha Agosto Dourado, como incentivo à amamentação. Entre os dias 1º e 7, a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA, sigla em inglês) promove a Semana Mundial de Aleitamento Materno. A proposta é mobilizar famílias, profissionais, cientistas e governos. Todos os anos, a entidade define um tema e divulga materiais traduzidos para vários idiomas, com participação de 120 países. “Apoie o aleitamento materno para um planeta mais saudável” é o destaque em 2020.
Para os organizadores, o aleitamento é um gesto de proteção não só às crianças e a toda a família, mas surpreendentemente também ao meio ambiente. De acordo com o Ministério da Saúde, a iniciativa quer informar as pessoas sobre o vínculo entre a amamentação, o ambiente e as mudanças climáticas. As autoridades reforçam que a amamentação é natural, renovável e segura para o planeta.
A substituição indiscriminada do leite humano por produtos industrializados pode causar mal também à natureza. A fabricação de suplementos exige estruturas muitas vezes nocivas ao planeta, como o consumo de água e energia, além de gastos com embalagens. Tudo isso sem contar que os “substitutos” não oferecem os mesmos benefícios.
“A ideia de substituir leite materno por leite artificial pode ser comparada à de sugerir que se substituam os rins por aparelhos de diálise”, afirma Andrew Radford, membro da Baby Milk Action, em artigo publicado na revista Breastfeeding Review. Segundo Radford, o alimento artificial e os aparelhos de diálise salvam vidas, mas usá-los indevidamente no lugar dos órgãos originais do corpo é perigoso e desperdiça recursos.
Benefícios para a vida inteira
Segundo a WABA, as ações em prol do aleitamento em tempos normais e em emergências são essenciais para garantir que as necessidades nutricionais dos bebês sejam atendidas. Pelo leite a mãe transfere para a criança anticorpos, protegendo contra doenças perigosas, como diarreia e infecções, principalmente as respiratórias. Também diminui o risco de asma, alergias, obesidade e diabetes, mesmo quando os pequenos já podem se nutrir com outros alimentos.
Os estudos comprovam ainda que mamar no peito é um exercício eficiente para o desenvolvimento da face da criança, da respiração, além de ajudar a formar dentes fortes. A tudo isso se acrescenta que o gesto ajuda a estreitar o vínculo entre mãe e recém-nascido, mais um ganho para toda a vida.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs uma meta para que, até o ano de 2025, 50% das crianças estejam recebendo o aleitamento exclusivo até os seis meses de vida. No Brasil, o índice é alarmante. Não chega a 9% o índice de crianças que se beneficiam do aleitamento materno exclusivo no primeiro semestre de vida.
Curiosidades sobre o aleitamento materno
- O recém-nascido que recebe o leite materno em até uma hora após o nascimento está mais protegido contra infecções, reduzindo as taxas de mortalidade neonatal.
- Os homens, sobretudo os pais, também devem instruídos sobre a importância do aleitamento materno e, sempre que possível, devem estar ao lado da mãe e da criança durante a amamentação.
- A doação de leite materno pode salvar milhares de crianças.
- O Brasil tem a maior rede de banco de leite do mundo.
- O leite materno contém anticorpos, água, gorduras, proteínas, vitaminas e açúcares de que o bebê precisa para se desenvolver bem e crescer de forma saudável.
- Não é necessário oferecer água ao recém-nascido que amamenta exclusivamente de leite materno.
- Crianças e jovens que foram amamentados quando bebês têm menos chances de serem obesos, segundo estudos da OMS.
- Além de estreitar o vínculo com a criança, a amamentação ajuda a mãe a perder peso após o parto e ainda a protege do câncer de mama e de ovário.
- A amamentação é capaz de salvar a vida de cerca de 13% das crianças, menores de 5 anos, em todo o mundo.
Para saber mais
Aleitamento.com
Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – Brasil
Blog da Saúde (Ministério da Saúde)