Ano Santo: conheça algumas curiosidades sobre o Jubileu de 2025
Na noite de Natal, o Papa Francisco abrirá a chamada Porta Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, dando início ao Ano Santo de 2025, também conhecido como Jubileu. Nas dioceses de todo o mundo, o início será no domingo, 29 de dezembro. Com o tema “Peregrinos da Esperança”, o Jubileu ordinário (ou seja, periódico) celebra os 2025 anos do nascimento de Jesus.
Esta é uma oportunidade para conhecer algumas características desse tempo particularmente especial para a Igreja, uma magnífica festa realizada a cada 25 anos e que precisa também iluminar a vida dos povos.
Origem
O Ano Santo tem origem bíblica. O capítulo 25 do Livro do Levítico fala de um tempo jubilar, celebrado a cada 50 anos. Naquele período especial, além dos festejos e orações, as terras seriam devolvidas a seus proprietários originais, os escravos judeus seriam libertos e as dívidas perdoadas. Era um profundo recomeço para o povo de Israel.
Na Igreja Católica, o Ano Santo tem sentido semelhante. Surgiu do desejo do Papa Bonifácio VIII, no ano de 1300. Mais tarde, o Jubileu passou do intervalo de 100 para 50 anos e, a partir de 1475, por determinação do Papa Paulo II, a periodicidade foi alterada para 25 anos, a fim de que todas as gerações pudessem participar.
Em ocasiões particulares, o Bispo de Roma convoca o Ano Santo Extraordinário. Isso ocorreu, por exemplo, em 1933 e 1983 (respectivamente, os 1900 e 1950 anos da morte e ressurreição de Jesus), e em 2015, o chamado Jubileu da Misericórdia.
O nome “jubileu”
A palavra “jubileu” vem do hebraico “yobel”, o nome do carneiro de cujo chifre se fazia uma espécie de “trombeta”. A abertura do “ano do jubileu” era feita justamente tocando esse instrumento.
Importância para os fiéis católicos
Para os católicos, o Ano Santo é uma oportunidade de fazer uma revisão da vida, aprofundar a amizade com Deus e fortalecer a fé. Também é um tempo de peregrinar, reconhecer a misericórdia divina e buscar o sacramento da reconciliação. O Jubileu não é uma festa qualquer. Toda a alegria deve se transformar em frutos para a sociedade, por isso os fiéis são convocados a dar testemunho de amor, conforme o desejo de Cristo.
Como é celebrado o Jubileu
O Jubileu começa com a abertura da Porta Santa, na Basílica de São Pedro e nas outras três basílicas maiores de Roma (Santa Maria Maior, São João de Latrão e São Paulo Extramuros). Neste ano, o Papa Francisco pediu que fosse instituída também uma porta santa na penitenciária de Rebibbia, também na capital italiana.
No Jubileu de 2000, marcando também a chegada do terceiro milênio, o Papa São João Paulo II permitiu a abertura de portas santas em santuários e catedrais de todo o mundo. Desta vez, isso não é possível, mas, em todas as dioceses, a data será vivamente celebrada.
É importante salientar: a Porta sinaliza o próprio Cristo (cf. João 10,9). Ao atravessá-la, os fiéis indicam o desejo de entrar em um novo caminho de fé e renovar as promessas batismais.
O fechamento da Porta Santa em Roma está previsto para 6 de janeiro de 2026, Solenidade da Epifania do Senhor. Nas outras regiões, será em 28 de dezembro de 2025.
“Peregrinos da Esperança”
O Papa Francisco escolheu o tema “Peregrinos da Esperança” para iluminar o Ano Santo de 2025, chamado “Jubileu da Esperança”. Em uma época marcada por desafios e muitas incertezas, o Pontífice quis enfatizar a importância da esperança, uma das três grandes virtudes cristãs (ao lado do amor e da fé). “A esperança não engana” (Romanos 5,5) é o título da Bula de Proclamação do Jubileu, mensagem anunciando as motivações do Papa para o evento.
“Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação (cf. Jo 10,7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a ‘nossa esperança’ (1Tm 1,1)”, declara Francisco.
Para saber mais
Página oficial do Jubileu de 2025
Spes non confundit (Bula do Papa Francisco, proclamando o Jubileu Ordinário do ano de 2025)
Membro da Equipe de Comunicação SSpS Brasil e da Equipe de Espiritualidade da Província SSpS Brasil Norte, diácono na Arquidiocese de Belo Horizonte.