De ano em ano, no dia 25 de dezembro, celebramos a festa do Natal. Parece automático: todo mundo planeja fazer festa em família, preparar uma ceia apetitosa ou um almoço festivo. Há até certos produtos que, por tradição, entram no cardápio, como peru, chester; isso vale para quem tem condições de comprar tais ingredientes. Nem todos podem. Alguns se contentam com um franguinho e uma farofinha. São coisas de se fazer na celebração do Natal. Embora seja legítimo e desejável, isso não é celebração do Natal cristão se não vier acompanhado do verdadeiro sentido da festa.
Natal cristão, em primeiro lugar, é celebrar a presença de Emanuel, Deus conosco, que se fez pessoa humana em nosso mundo. Armou sua tenda no meio de nós. É a presença inédita de Jesus, o enviado do Pai, que tomou corpo humano. Celebrar seu nascimento significa reconhecê-lo homem-Deus que veio para salvar. Seu nascimento mudou a história em antes e depois. As promessas feitas pelos profetas se cumpriram, e as expectativas foram contempladas. Todos se beneficiaram de seu nascimento, até os que não acreditavam. Ele veio para todos, sem exclusão. A vida, desde então, passa por ele. Tudo se fez novo com ele. É com ele, por ele e nele que tudo recebe sua marca. Nenhuma obra da criação ficou de fora. Tudo foi redimido por Cristo, em sua morte e ressurreição. Seu Natal foi o começo dessa obra realizada em três anos de atividades como Messias entre nós, mas sua ação se perpetuou para sempre. Não virá outro Messias; é Ele e somente Ele por toda a eternidade.
Viver o Natal nos reporta aos fundamentos de nossa fé e de nossa esperança. Nas tradições natalinas, relembram-se costumes, repetem-se desejos de feliz Natal, armam-se presépios, enfeitam-se pinheirinhos, dão-se presentes, iluminam-se as ruas e as casas com luzes cintilantes. Há um clima que pervade tudo e todos. Existem diferentes sentimentos e objetivos, mas não se pode negar que tudo indica um tempo novo que convida à convivência familiar, com salutares encontros.
Que o espírito de Natal seja o da alegria de celebrar a vinda do Filho de Deus entre nós. Ele veio, morou conosco. Viveu nosso cotidiano, salvou-nos, dando sua vida, e continua conosco, não mais em carne e osso, mas numa presença misteriosa que alimenta a vida cristã, na Eucaristia que celebramos em seu nome.
Feliz Natal, dizemos uns aos outros. Que esse desejo se traduza na vida prática, numa convivência sadia, solidária e fraterna, eliminando tudo aquilo que nos afasta uns dos outros. Boas festas e FELIZ NATAL! AMÉM!
Pe. Deolino Pedro Baldissera, SDS
Padre salvatoriano há 43 anos, professor e psicólogo pela Universidade Gregoriana de Roma, com mestrado em Psicologia e doutorado em Ciências da Religião. Atualmente é pároco em Videira-SC.S