Em 18 de dezembro, o Centro de Integração do Migrante (CIM), localizado em São Paulo-SP, celebra o quinto aniversário e o Dia Internacional do Migrante. A data foi proclamada em 4 de dezembro de 2000, com a Resolução 55/93 da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), diante do aumento do fluxo migratório no mundo. Há dez anos, em 18 de dezembro de 1990, a Assembleia adotou a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migratórios e de suas Famílias.
Celebrar significa, antes de tudo, uma oportunidade para reconhecermos a contribuição das(os) migrantes ao bem-estar, à economia, à cultura, à religiosidade trazidos de tantas nações. É promover o respeito a seus direitos humanos e à cidadania universal de que são detentores como cidadãos membros da família humana.
O CIM tem como propósito acolher e integrar as(os) migrantes na capital paulista. O centro oferece um espaço físico no bairro do Brás como uma alternativa de devolver a dignidade e a autoestima, muitas vezes deixadas para trás forçadamente.
Para o CIM, nestes cinco anos de existência, o mais significativo é lembrar a acolhida, com o testemunho das(os) migrantes de encontrar um lar, uma casa, uma família. A escuta, a orientação, a capacitação, os acompanhamentos marcaram a vida desde as crianças até os mais idosos, pessoas vindas de países vizinhos ou dos mais distantes, com culturas riquíssimas e religiões diversas. O CIM aprende todo dia com essas riquezas.
Muitos são os momentos oferecidos pelo CIM para integrar nacionalidades: momentos de convivência, intercâmbio, delícias gastronômicas, música, dança. As crianças, sempre uma alegria à parte, foram as mais beneficiadas com muitas atividades socioculturais e lúdicas, integrando diferentes países como Congo, Chile, Brasil, Bolívia, Peru, Paraguai.
Especialmente neste tempo tão difícil por que estamos passando, de distanciamento físico, a partilha e a solidariedade chegaram a mais de 1200 famílias. Nossa especial gratidão a cada pessoa, a cada migrante e a cada instituição que fez sua doação generosa e solidária.
O ano de 2021 nos espera com desafios ainda maiores, mas temos certeza de que poderemos retornar nossas atividades com as crianças, adolescentes, jovens, homens, mulheres tão sedentas de amor, respeito e conhecimento. Não param a saudade e os pedidos para o retorno dos cursos de português, inglês, espanhol, manutenção de computadores, empreendedorismos, bolos e salgados. A orientação segura sobre como obter documentos, acessar serviços públicos, o apoio psicológico, as rodas de conversa com as mulheres, enfim, o atendimento diário, a escuta ativa, o papo informal de quem confia batem todo dia à nossa porta.
Teremos novidades. Uma delas é a formação de um grupo de mulheres; o reaproveitamento de retalhos, produzindo peças de artesanato; um espaço para uma enfermeira e orientação sobre saúde; alternativas de saúde, por meio da ioga, conhecimento do corpo e exercícios de relaxamento.
No CIM, as necessidades e desafios se transformam em disposição e criatividade. A motivação em servir a irmã, o irmão migrante está sempre, graças a Deus, nos rodeando. Avante!
Assista o depoimento da Ir. Malgarete falando sobre a história do CIM
Irmã Malgarete Scapinelli Conte, SSpS