Para começar, uma confissão: ando um pouco sem esperança. Mas sempre que isso acontece, minha intuição me leva a aproximar-me das crianças.
Então, é exatamente isso o que farei…
Se você, adulto, está lendo este texto, compartilhe e traduza esta mensagem em forma de recado para alguma criança.
Primeiramente, um pedido público de desculpas: crianças, nós, adultos, falhamos!
Sim! Podem acreditar que adultos não são infalíveis, por isso é hora de dar as mãos e ouvidos à infância e contar um pouco sobre essa confusão e contradição que é falar das mudanças climáticas que ameaçam a vida no planeta.
Nós, adultos, que fazemos parte dos governos, das instituições privadas e da sociedade civil como um todo, estamos perdendo as chances de buscar soluções conjuntas e globais para minimizar os efeitos das mudanças climáticas.
Nossa Casa Comum está pedindo socorro, e sabemos: o que acontecer à natureza que nos foi confiada estará acontecendo a nós mesmos.
Nossa Casa Comum está se esgotando pela forma com a qual a ação humana vem interferindo na natureza.
Fato é que mudanças climáticas podem ocorrer por alterações na radiação solar e dos movimentos orbitais da Terra, mas o grande problema é quando ela é consequência das atividades humanas, e é sobre isso que vamos conversar.
De forma gradual, começamos a perceber, em nosso cotidiano, os efeitos das mudanças climáticas com o aquecimento global, com a subida do nível das águas do mar, o derretimento acelerado de gelo nos polos, a incidência radical de chuvas e seca, a água se tornando mais escassa, perda da biodiversidade, a desertificação, entre outros.
Inspirada nas referências de conteúdo aqui citadas, podemos dizer que nosso planeta é protegido por uma camada de gases que ajuda a manter e viabilizar a vida na Terra. Didaticamente apropriando desses conteúdos, o que acontece é que a “radiação solar que chega a nosso planeta é refletida e retorna diretamente para o espaço, outra parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície terrestre, e uma parte é retida por essa camada de gases que causa o chamado efeito estufa. O problema não é o fenômeno natural, mas o agravamento dele. Como muitas atividades humanas emitem uma grande quantidade de gases formadores do efeito estufa, essa camada tem ficado cada vez mais espessa, retendo mais calor na Terra, aumentando a temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos e ocasionando o aquecimento global”.
E então, crianças, depois dessa introdução, chegamos ao que interessa.
Enquanto esperamos e apostamos que vocês vão crescer e vão nos ajudar a consolidar saídas e alternativas viáveis e criativas, já temos vários caminhos globais, árduos e adultos para fazer “diminuir o desmatamento, investir no reflorestamento, investir em energias renováveis não convencionais (solar, eólica e biomassa, por exemplo), investir na produção e uso de biocombustíveis, reduzir o consumo, reduzir, reaproveitar e reciclar materiais, investir em tecnologia de baixo carbono…”.
Enquanto vocês estão crescendo, também temos vários caminhos que dependem de gestos conscientes e opções cotidianas que já podem assumir a liderança e fazer a diferença:
pratiquem o consumo consciente e sejam cuidadosas com o que compram e desejam comprar;
sempre que puder, usem transporte coletivo;
façam a coleta seletiva e aprenda a reutilizar e reaproveitar materiais;
economizem energia elétrica e sejam cuidadosas e econômicas no uso da água em geral e na hora do banho;
prefira adotar animais, não os comprem;
plantem uma horta em família, nem que seja em vasos, e adote o consumo de produtos orgânicos;
andem a pé e de bicicleta sempre que puderem;
diminuam o consumo de carne e alimente-se com qualidade…
Eu poderia seguir com essa lista interminável, mas já vou concluir.
Estudem… Estudem muito para que as saídas brotem nas mentes criativas e inquietas que são vocês.
E amem, amem muito a diversidade e o mistério da vida na Terra.
Referências
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/clima/mudancas_climaticas2/
https://www.biologianet.com/ecologia/mudancas-climaticas.htm
Maria José Brant (Deka), assistente social, analista de políticas públicas na Prefeitura de Belo Horizonte-MG, mestra em Gestão Social, mosaicista nas horas vagas.