Violência! Como acabar com esse mal? Como ela é gerada e por quê? A violência sempre incomoda a humanidade, pois gera muitos crimes e, com a pandemia, a violência extrema causa desigualdade. Mas o que é violência?
A violência é a prática do uso da força sobre um indivíduo ou um grupo. Geralmente, ela surge por causa da injustiça social. Esta, por sua vez, provém do egoísmo, da ambição.
Quinze de junho é o Dia Nacional de Combate à Violência contra a Pessoa Idosa, e o dia 26 deste mesmo mês é o Dia de Combate e Prevenção à Tortura. Mulheres, crianças, pessoas idosas, trabalhadores em geral, os menos favorecidos são explorados e se tornam vítimas de vários tipos de violência: física, psicológica, afetiva, ideológica, financeira e patrimonial.
A violência física é a mais fácil de identificar, pois atinge diretamente o corpo. Nesse tipo, a agressão física utiliza a força como soco, empurrão, “cascudo”, facada, tiro à queima-roupa, etc. A lesão é visível e, por isso, muitas vezes há hematomas; faz-se corpo de delito.
A violência psicológica é praticada de modo sutil e pode ser direta ou indireta. A direta ocorre quando o agressor usa palavras de humilhação, por vezes, diretamente à pessoa, com palavras de baixo calão, que baixa a autoestima. A indireta pode ser mediante ameaças, imposição, medo à vítima.
A violência ideológica pertence a um conjunto de ideias sem fundamentação transmitidas pelos veículos de comunicação; propagandas enganosas que projetam nos indivíduos falsas ideias do que comprar, ter coisas que não são necessárias.
Outra violência cometida é a financeira, muito comum contra pessoas idosas, praticada por agências bancárias que incentivam a pessoa a fazer empréstimos consignados ou aplicações desnecessárias e também por familiares, quando utilizam o cartão de crédito sem escrúpulo de endividar a vítima, “sujando” o nome da pessoa.
Ainda há a violência afetiva, quando a pessoa é privada de ter contato parental. Isso é muito comum em internações arbitrárias de dependentes, seja de menores ou de idosos, em instituições muitas vezes clandestinas.
Infelizmente, a violência está em toda parte. A violência doméstica, infantil escolar, como o bullying. Esta última tem gerado revolta contra a escola, causando vítimas inocentes, com massacres de crianças e profissionais da educação.
A Declaração Universal de Direitos Humanos estabelece que “Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade, à segurança”, o que deve garantir formas de estimular uma proteção coletiva para toda a sociedade. Para isso, é preciso denunciar torturas “invisíveis” que acontecem por familiares ou terceiros mal-intencionados.
Disque 100! Disque 180 ou 190. Procure também, em seu Município ou Estado, a Comissão de Combate e Prevenção à Tortura, a Comissão Estadual dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa, Comissão Municipal da Pessoa Idosa, Conselho Municipal da Criança e do Adolescente.
Defenda quem é indefeso!
Maria Terezinha Corrêa
Mestra em Antropologia (USP), especialista em Ensino de Filosofia (UFSCar), graduada em Filosofia (UFJF), Pedagogia (Unitins) e Teologia pelo Mater Ecclesiae. Filiada à ABA, APEOESP e SBPC. Atualmente, professora de Filosofia na Prefeitura de São José-SC, membro da Comissão de Prevenção e Combate à Tortura pela ALESC, voluntária na Pastoral da Pessoa Idosa, ligada à Arquidiocese de Florianópolis, membro da diretoria da Aproffib (Associação de Professores de Filosofia e de Filósofos do Brasil).