Vivemos tempos desafiadores. A crise socioambiental que enfrentamos não é mais uma contingência distante, mas uma realidade urgente. O aquecimento global, a perda da biodiversidade, o esgotamento dos recursos naturais e as desigualdades sociais se entrelaçam, criando um cenário de grandes dificuldades. Essa realidade nos convoca a pensar, sentir e agir de uma nova forma, assumindo um compromisso concreto com a vida em todas as suas dimensões. Ante esse colapso, muitos têm sido os sinais, por vezes ignorados, de um planeta que “clama” por justiça, olhares sensíveis e ações reais.
Nesse sentido, a temática “Cuidar da Casa Comum: nosso compromisso com a vida”, escolhida pela Rede de Educação SSpS para 2025, nos convida a uma profunda reflexão sobre o nosso lugar no mundo e nossa responsabilidade planetária.
Olhar hoje para a “Casa Comum” é, antes de tudo, um convite à conversão, que inclui não somente a transformação de práticas, mas a renovação da forma como nos relacionamos com a natureza, com as pessoas e com nós mesmos. Cuidar da vida, em sua plenitude, portanto, inclui cultivar relações baseadas no respeito, na empatia e na solidariedade, reconhecendo a interdependência entre os seres humanos e a natureza, levando ao compromisso com a justiça social, a inclusão e a construção de um mundo equilibrado.
Para isso, é essencial que a educação seja um caminho para o humanismo solidário e sustentável, formando cidadãos conscientes de seu papel e capazes de agir de forma responsável e justa, com uma visão que une os aspectos ambientais, sociais, econômicos e culturais, entendendo que os desafios ecológicos não podem ser resolvidos isoladamente.
Nesse sentido, os povos originários têm muito a nos ensinar sobre esse equilíbrio, mostrando ser possível viver em harmonia com a Terra, respeitando os ciclos da vida e reconhecendo a sacralidade de todos os seres. A sabedoria ancestral traz lições profundas sobre como superar a crise ambiental. Seu conhecimento sobre o manejo sustentável dos recursos naturais e a importância da convivência com a natureza é algo que precisamos redescobrir e aplicar em nossa prática.
Cuidar da Casa Comum é um chamado ético e espiritual, em que cada pequena atitude, somada ao esforço coletivo, pode gerar grandes mudanças. A espiritualidade ecológica integral nos convida a sermos protagonistas da transformação que desejamos ver no mundo, cultivando a esperança e o respeito pela criação.
E você, de que forma tem cuidado desse dom precioso?
A seguir, assista ao vídeo sobre o tema transversal de 2025.
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Educador e coordenador da Rede de Educação Missionárias Servas do Espírito Santo.