Para o padre, não havia diferença se as pessoas, na missa que celebrava, dedicada aos enfermos, necessitavam ou não de cura para si ou para alguém próximo. Ele convidou todos os enfermos ali presentes para receberem a unção. Você iria? Eu fui. Eu e todos os que participavam daquela ceia. Fui porque precisava de cura, cura para a alma, tão desejosa de esperança, por tantas perdas e desencontros nos caminhos da vida, mas, acima de tudo, pela esperança e renovação que ali encontraria. Fui porque ali estava Jesus, anunciado pelo profeta Isaías e confirmado por Ele próprio: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu e me enviou…” (Is 42,7; Lc 4,18).
A unção dos enfermos, antigamente nomeada extrema unção, era recebida no perigo de morte. Hoje é sacramento da vida. A nova expressão é mais suave e alivia o sofrimento, a dor de uma enfermidade, traz paz diante de uma cirurgia ou alívio para a dor e inquietações da alma.
Já vi pessoas que, por terem recebido o sacramento da unção, fortaleceram-se diante de uma enfermidade ou acalmaram seus corações desesperançados de viver. Um sinal sagrado que fortalece a esperança, a fé e a coragem de enfrentar os desafios do cotidiano da vida de quem o recebe. Esse é o novo olhar do sacramento da unção. Há relatos comprovados cientificamente de pessoas que, por meio da oração, tiveram melhoras muito significativas em suas enfermidades, junto aos devidos cuidados médicos, e obtiveram a cura, diferentemente de outros que não aceitaram a intercessão da oração em seus períodos de tratamento. Inclusive, há uma disciplina de “Medicina e Espiritualidade” em algumas faculdades de Medicina, que traz essa reflexão aos novos profissionais da área.
São Tiago já nos abriu esse caminho em sua carta: “Alguém entre vós está enfermo? Chame os presbíteros da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor” (Tg 5,14).
Se você se viu em algum pedacinho dessa reflexão ou lembrou-se de alguém, não deixe essa graça passar! Vá em busca do sacramento da unção dos enfermos. Seja presença de vida para si mesmo ou para alguém que necessite dessa bênção. Seja instrumento de cura para quem precisa ter de volta a esperança de viver.
Nanci Queiroz, missionária leiga de Deus Uno e Trino