Das cinzas à vida

Semana Santa. Semana em que os cristãos celebram os últimos acontecimentos em memória da vida de Jesus. Convite ao recolhimento para reflexão e à prática do bem aos mais necessitados.
Das cinzas recebidas após o carnaval, na quarta-feira, até a Sexta-Feira da Paixão, todos somos convidados a reviver a semana mais significativa de nossa história cristã.

Podemos relacionar as cinzas com a etapa em que se vivem tempos sombrios, nebulosos, cinzentos; período de águas turvas, quando a humanidade vive em meio a choro, lamentações e súplicas, lembrando que do pó viemos e ao pó voltaremos.

Nesse sentido, a Semana Santa retrata a angústia, a dor, o sofrimento, o julgamento, o silêncio diante da injustiça humana. Por que será que Jesus teve, mesmo sendo Filho de Deus, de passar por tudo isso? O exemplo serve como ideal de ser humano, que, resiliente, mantém-se sereno. Ademais, durante a Ceia do Senhor, as virtudes presentes são a simplicidade, a amizade, o diálogo, a fidelidade e a humildade, apresentados como ideais a serem seguidos.

A reunião eucarística, inaugurada pelo Cristo e celebrada às vésperas da Páscoa, reafirma a fraternidade e o diálogo como compromissos de amor, que têm como objetivo almejar a unidade em meio à diversidade. “A paz é oferecida para todas as pessoas a fim de se construir uma nova humanidade, que não esteja dividida nem orientada pela violência”, conforme afirma o texto-base da Campanha da Fraternidade (item 136; pág. 53).

Como está sua prática para a santidade? A busca é apenas durante uma semana? Procure começar já a “lavar os pés” uns dos outros e deixar-se lavar. Purificar seus pensamentos, fortalecer não só sua fé, mas também sua prática no bem. Estamos em tempos mais exigentes de coerências com o ensinamento do Mestre Jesus.

Das cinzas pode nascer a vida, de onde uma fagulha pode acender e aquecer muitos corações desanimados. Um simples encontro, como aconteceu na ceia eucarística, pode fortalecer laços de fé, de fraternidade, promover ações afirmativas entre mulheres, jovens, crianças, idosos(as), negros(as) e indígenas, enfim, a todos os homens de boa vontade.

Ide e anunciai a Boa-Nova de Jesus!

Maria Terezinha Corrêa
Mestra em Antropologia, especialista em Ensino de Filosofia, graduada em Filosofia e Pedagogia, cursou Teologia pelo Mater Ecclesiae, filiada à ABA, APEOESP, SBPC e APROFFIB, atualmente é professora de Filosofia na Prefeitura de São José-SC, voluntária na Comissão de Prevenção e Combate à Tortura pela ALESC e na Pastoral da Pessoa Idosa, pertencente à Arquidiocese de Florianópolis-SC.

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