“Essa terra, os astros, o sertão em paz / Essa flor e o pássaro feliz que vês /
Não sentirão, não poderão jamais viver / Essa vida singular que Deus nos dá.”
Esse canto, “Sim, eu quero”, da década de 1980, composto pelo padre José Weber, missionário do Verbo Divino, inspirado na espiritualidade franciscana, demonstra o quanto a Terra, há muito tempo, é cantada, observada, admirada, porém, infelizmente, explorada.
Em tempos remotos e culturas de povos antigos, a concepção do planeta era bem diferente da que conhecemos, principalmente após a ida do homem à Lua, no século XX. Uns transmitiam que o planeta Terra era plano, outros imaginavam a Terra como o centro do universo, a ponto de alguns pensadores do Período Medieval terem sidos considerados hereges. Entretanto, com o avanço das observações e da tecnologia, o mundo passou a ser descoberto e mais bem entendido como ecossistema.
Nesse sentido, a importância do Dia da Terra, celebrado em 22 de abril. A data é um convite a todos nós para refletirmos sobre o cuidado que devemos ter com nosso planeta e a agirmos, de modo consciente, em favor dos seres que nos rodeiam. Os filósofos da natureza buscavam a origem da vida, dos seres, e seus estudos contribuíram e contribuem até hoje com pesquisas que cotidianamente trazem novas descobertas no mar, na terra e no ar.
A cada dia, os estudiosos descobrem novas espécies de animais, vegetais e minerais, de culturas entre os povos. Todavia também sabemos de muitas espécies em extinção, de nosso planeta estar doente por causa da poluição. Todos nós somos convidados a participar da grande missão de restaurar nossa casa comum. Com a Carta Encíclica Laudato si’, o Pontífice Papa Francisco exortou sobre os cuidados com a casa comum. São preocupantes as explorações feitas pelas grandes indústrias, que têm causado poluições, desastres ambientais, extinções de alimentos e de animais, inundações.
Para quem vive do turismo, para quem acompanha as novidades da tecnologia avançada que tornou “o mundo uma aldeia”, as mudanças climáticas demonstram o quanto a Terra precisa de cuidados, tanto por parte das instituições quanto por parte de cada um de nós, habitantes.
Como você pode colaborar? Alguns exemplos: não desperdiçar água. Tomar banho com bacia aos pés, lavar louça dentro de uma bacia, depositando-a em balde para aproveitá-la em descargas; aproveitar a água da lavagem de roupa de máquina de lavar para reuso, lavando garagem e sacadas. E as sementes das frutas que são consumidas? Aprenda a jogá-las em terrenos em vez de descartá-las no lixo. Evite poluir os rios, não maltrate os animais, cuide dos mananciais. Denuncie desmatamentos. Participe da COP, acompanhando o evento este ano, em Belém. A Terra agradece.
Que possamos novamente cantar: “Irmão Sol com irmã Luz / trazendo o dia pela mão / Irmão Céu de intenso azul / a invadir o coração / Aleluia!” (Valdeci Farias e Dom Navarro).
Antropóloga, especialista em Ensino de Filosofia, graduada em Filosofia e Pedagogia, Teologia pelo Mater Ecclesiae, filiada à ABA, APEOESP, APROFFIB e SBPC. Atualmente é mestranda em Filosofia, membro da Comissão de Prevenção e combate à tortura (ALESC), líder da Pastoral da Pessoa Idosa.