Dia do Abraço: “O que tiramos de grandes tragédias?”

Giovanna

Em 22 de maio, comemora-se o Dia do Abraço. Esse gesto, às vezes, tão mecânico ou formal, pode ganhar profundos significados conforme o sentimento envolvido. Giovanna Capato Corte Real perdeu, num intervalo de poucos dias, pessoas muito próximas, devido à covid-19. Ela dá um forte testemunho e um conselho que precisa ser ouvido com atenção. Veja a seguir:

“Eu me chamo Giovanna, tenho 40 anos e venho falar sobre um assunto ainda muito delicado para mim. Nossa pauta de hoje é o ‘Dia do Abraço’, ou melhor, no meu caso, a falta de alguns desses abraços.

Em 2020, no pico da pandemia, o pior ano da minha vida, perdi alguns desses abraços. A covid levou do meu convívio pessoas muito próximas, todos em um intervalo de 12 dias. Foram eles: meu pai, meu avô, minha avó, minha tia e uma prima que se encontrava grávida; perdemos o bebê também.

O meu mundo acabou! Eu ainda me encontro em reconstrução, pois foi um baque muito grande e de difícil aceitação. A saudade é muito grande, já que eu tinha convívio diário com essas pessoas. No entanto, o abraço fora reprimido bem antes da partida deles, por conta do isolamento que já acontecia naquele momento. Um abraço que não será substituído! Não houve tempo de viver novos tempos!

O que tiramos de grandes tragédias? Na grande maioria, renascemos, a fé fortifica, e o tempo faz com que, de alguma maneira, aceitemos os desígnios de Deus. Amadurecemos. Com isso, passamos a valorizar coisas que antes nos passavam despercebidas, reavaliamos a existência. E a ideia, já que estamos falando de abraço, não é substituir e sim suprir com outros tão importantes abraços.

Portanto, hoje, no Dia do Abraço, aconselho: ABRACE!”

Familiares de Giovanna vítimas da covid-19. Da esquerda para a direita: Gumercindo, Lourdes, Célia Regina e Carlos Roberto Capato (a prima, Sabrina Graton, não está na foto).

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