A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe, anualmente, no tempo quaresmal, a Campanha da Fraternidade. O objetivo é colaborar para que a sociedade reflita acerca das dificuldades enfrentadas pela população e sobre a necessidade de conversão. Com isso, o tema escolhido para este ano é “Fraternidade e Políticas Públicas”, com o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça”.
Segundo o coordenador da Dimensão Missionária, Agostinho Travençolo Júnior, o tema das políticas públicas está sendo refletido nas escolas da Rede de Educação Missionárias Servas do Espírito Santo e na sociedade como um todo. “O desejo da CF é ajudar a população a pensar na importância das políticas de Estado como meio de assegurar condições para que as pessoas possam viver com dignidade”, explica.
Mas o que são políticas públicas? Segundo Agostinho, “Educação, saúde, trabalho, lazer, assistência social, meio ambiente, cultura, moradia, transporte, entre outros, são alguns exemplos de direitos que deveriam ser garantidos aos cidadãos”. Para ele, “O principal objetivo da CF é estimular a participação de todos, à luz da Palavra de Deus, na busca do fortalecimento da cidadania e do bem comum, como sinais de fraternidade”.
Agostinho conta que a Equipe Missionária da Rede de Educação e os educadores dos colégios Stella, Sagrado Coração de Maria, Sagrado Coração de Jesus e Espírito Santo se inspiraram na CF 2019 ao escolheram o tema transversal “Direitos humanos: uma opção pela justiça e pelo bem comum”, que permeará todo o trabalho pedagógico da Rede de Educação durante este ano.
Pensando na pertinência do tema para o contexto social, Agostinho afirma: “Somos chamados a garantir e colocar em prática direitos que ajudem nosso povo a ser mais feliz”.
Tema transversal no Sagrado
Cada um dos colégios está colocando em prática o tema transversal e busca viver a CF 2019. Para Simone Fortunato Nunes, coordenadora da Pastoral Missionária do Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte-MG, “A importância de se ter um tema norteador para todas as atividades acadêmicas é a oportunidade de motivar os alunos a perceber que os direitos humanos são o caminho para que a sociedade chegue à justiça e ao bem comum”.
“As políticas públicas se tornam necessárias como forma de redistribuição dos bens não ofertados plenamente e suficientemente pelo Estado, principalmente como forma de suprir as demandas existentes, a fim de se evitar que a sociedade corra algum tipo de risco”, explica. Assim, segundo Simone, “O Estado busca garantir a segurança, a ordem e o bem-estar social, almejando, a partir de funções associadas, distributivas e estabilizadoras, as demandas coletivas”.
Para a coordenadora, a escola é um desdobramento da garantia de um bem público obrigatoriamente fornecido pelo Estado, que é a educação. E ela define essa área como “um espaço de educação e convívio social, com um papel fundamental na formação de cidadãos críticos, justos e solidários”. Por isso, ela considera imprescindível para as escolas católicas acolher a proposta de reflexão e conversão lançadas pela CNBB.
Simone afirma que, “como escola católica, que tem sua filosofia baseada no exemplo do Cristo, torna-se impossível ignorar o desafio social” e explica que “a justiça social é uma das implicações do evangelho”. Por isso, “acreditar, promover e lutar por ela é um testemunho cristão”.
“Num mundo afligido por tantas situações que atentam contra a vida, a dignidade e o bem-estar dos seres humanos, é mister que os cristãos reforcem seu compromisso pessoal e social, perguntando-se acerca de sua responsabilidade pelo bem comum, partindo da experiência individual e ampliando para a vivência comunitária, dando vida às palavras do Mestre: ‘Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!’ (Mateus 5,6)”, conclui.
Veja as fotos da abertura da CF – 2019 no Colégio Sagrado Coração de Jesus