Desde a presença da Coroa Portuguesa, da Companhia de Jesus (religiosos jesuítas) e, muito antes, com a presença dos povos originários, a educação se faz presente na transmissão e na construção de conhecimentos no Brasil. Foram trajetórias de consensos e dissensos, mas com uma unanimidade: a educação é imprescindível.
É alavanca para transformação social, para encontrar caminhos de cultura e de paz e para fortalecer o compromisso com a dignidade da vida.
É elemento fundante, aquele ponto de apoio que faz mover até a Terra.
Nutriente certeiro para promover relações de pertencimento, proximidade, justiça e paz, contribuindo para o desenvolvimento integral e para o cuidado com a Casa Comum.
A educação tem muitas faces que dão conta da diversidade de seu alcance, seja em ambientes formais ou não. Para ilustrar, cito algumas: educação ambiental, educação pública, educação patrimonial, educação digital, educação a distância, educação financeira, educação tributária, educação profissional, educação urbanística, educação para o consumo, educação para inclusão, educação para diversidade, educação humanista, educação solidária, educação católica.
Nossa esperança está depositada toda vez que nos encontramos numa relação educativa, que privilegia a formação para vida fraterna e para a cidadania.
Apesar dos esforços de universalização, temos um gargalo no acesso inicial e ainda temos um funil quando se trata de garantir a permanência. Esse cenário da educação precisa ser revertido com oportunidades e ações assertivas, considerando especialmente as desigualdades territoriais, para garantir o acesso e a permanência, desde a mais tenra idade até quando a pessoa queira seguir estudando.
Educação é “locus” da reflexão e do debate, e deve estar a serviço da comunidade, buscando caminhos criativos para os desafios de seu tempo e contribuindo para formar uma nova humanidade.
Nas palavras do Papa Francisco, é necessário nos reunir em torno do desafio de educar, “reavivando o compromisso em prol e com as gerações jovens, renovando a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão. Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla ‘aliança educativa’ para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”.
É claro que, sozinha, a educação não transforma a sociedade. Que as palavras de Paulo Freire sigam nos inspirando: “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”.
Maria José Brant (Deka), assistente social, analista de políticas públicas na Prefeitura de Belo Horizonte-MG, mestra em Gestão Social, mosaicista nas horas vagas.