Em 2015, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) começou a ser elaborada a partir da análise e da reflexão dos documentos curriculares já existentes. Sua ideia é de apresentar o que se deve aprender nas escolas brasileiras da educação infantil ao ensino médio, garantindo o direito à aprendizagem dos estudantes, de uma formação democrática, inclusiva e integral.
Finalidade do Ensino Religioso
Uma das grandes novidades apresentadas na BNCC está nas competências que ela oferece e, de forma especial, para o Ensino Religioso. Das competências propostas pela Base Nacional Curricular para o Ensino Religioso, ideias como conhecer diferenças, respeitar manifestações religiosas, diretos humanos e cultura de paz constituem conceitos-chave para serem ensinados, bem como a educação socioemocional que, além de permear todas as áreas, está também muito presente aqui.
O objetivo é oferecer aos estudantes conteúdos que fundamentam a perspectiva religiosa do ser humano, despertando para o desenvolvimento da espiritualidade e para um maior compromisso com a construção de um mundo melhor, como lembra a orientação das escolas da Rede das Irmãs Servas do Espírito Santo. Para que isso se torne prática, a formação dos educadores é o caminho. Isso se dá com estudo, leituras, reflexões e participação em simpósios e congressos.
Espírito ecumênico e inter-religioso
Um grupo de educadores da Rede de Educação marcou presença no X Congresso Nacional de Ensino Religioso (Conere), na PUC Paraná, em Curitiba, entre os dias 18 e 20 de novembro.
Além dos temas referentes ao Ensino Religioso, Ciências da Religião e Teologias, o encontro, que reuniu pessoas de diferentes denominações religiosas, provocou os participantes a pensar os desafios do mundo contemporâneo, apresentando perspectivas práticas para a vida cotidiana diante de um mundo que muda a cada instante.
Em relação à Casa Comum, uma das reflexões que mais chamaram a atenção foi proferida pelo pastor Werner Fucks. De forma profunda e lúcida, além de levar questões urgentes para repensar um estilo de vida sustentável, salientou o quanto temos de aprender com a natureza sobre sua capacidade de regeneração.
Dialogar e ouvir diferentes visões de mundo, que foram das cosmologias religiosas às agnósticas, em clima de harmonia e respeito, foi outra característica marcante do encontro, em sintonia com o conceito de “religare” que nos irmana.
Assim, os participantes das escolas da Rede das Irmãs Servas do Espírito Santo retornam para suas realidades ressignificados e comprometidos em multiplicar o conhecimento adquirido, além de levarem a responsabilidade de promover uma educação em que tolerância e respeito andem de mãos dadas.
Agostinho Travençolo Júnior, educador e coordenador da Dimensão Missionária da Rede de Educação SSpS.
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