Escola de Perdão e Reconciliação tem nova gestão

O VI Encontro Nacional Espere (Enespere), realizado em Belo Horizonte-MG, de 23 a 25 de maio, contou com a participação de voluntários de todas as regiões do Brasil, que acolheram a metodologia da Escola de Perdão e Reconciliação (Espere) como uma das formas de encontrar caminhos e estratégias para uma cultura de paz. O evento teve as presenças do fundador do projeto, padre Leonel Narvaez, e da presidente da Fundación para la Reconciliación, Paula Monroy, ambos procedentes de Bogotá, Colômbia.

A programação permitiu a contribuição de todos os inscritos no Seminário Internacional de Cultura de Paz, promovido na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Palestras, diálogos e partilhas com temas relacionados à alteridade, verdade, ódio e a justiça restaurativa nos âmbitos Judiciário e comunitário marcaram o primeiro dia do encontro. A palestra da dr.ª Petronella Boonen, mais conhecida como Ir. Nelly, missionária serva do Espírito Santo (SSpS), encerrou o dia. Ela convidou professores, alunos, representantes do Judiciário e demais participantes do Seminário a refletirem sobre a “Justiça restaurativa na perspectiva comunitária”.

A programação no segundo dia, desta vez, na Casa de Retiros São José, propôs diversas oficinas temáticas. Entre elas a do “Autoperdão”, conduzida por Joana Blaney, do CDHEP (Centro de Direitos Humanos e Educação Popular) de Campo Limpo, e Ir. Helena Suzana Christo, também SSpS, da mesma comunidade de Ir. Nelly, localizada na periferia de São Paulo-SP. Os voluntários se envolveram na experiência e puderam reavaliar fatos que deixaram marcas em suas vidas, as quais podem ser vividas com uma melhor compreensão do autoperdão.

Por fim, houve a reunião dos coordenadores regionais, a apresentação do levantamento da realidade nacional e a eleição para o novo modelo de coordenação da Espere Brasil para o biênio 2019-2021. As regiões puderam indicar nomes para a nova modalidade de gestão. O grupo reconheceu o esforço e o trabalho desenvolvido pela Ir. Nelly em mais de dez anos de atuação com perdão e justiça restaurativa. Ela foi eleita como articuladora nacional dos núcleos Espere. Essa gestão será compartilhada com a assessoria de Minas Gerais, na área de comunicação, e do Distrito Federal, na secretaria, em diálogo com as cinco coordenações regionais.

Mesmo participando pela primeira vez no Enespere, percebo que o encontro fortaleceu a reflexão sobre a importância do perdão e da mediação de conflitos para as comunidades, em especial, as esquecidas pelo Poder Público. Nesse sentido, gostaria de salientar que, nessa missão, a coerência e a ética são primordiais para a efetiva aceitação da proposta.

Participar do encontro foi motivo de alegria, especialmente pela oportunidade de conhecer parte daqueles que, em diferentes esferas da sociedade, dinamizam voluntariamente ações que contemplam a metodologia Espere, pois os voluntários e voluntárias nos animam e nos levam a ter esperança na construção de uma realidade verdadeiramente justa e fraterna.

Miriam de Souza, São Paulo-SP,
voluntária no CDHEP e missionária leiga.

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