O preconceito ainda é grande quando falamos que as mulheres podem fazer tudo que os homens fazem. Foi apenas em 1932 que as mulheres conseguiram votar pela primeira vez, no Brasil, com o Presidente Getúlio Vargas. Isto mostra que a participação da mulher na política é recente e ainda enfrenta muitas resistências.
Apesar de representar a maioria do eleitorado, cerca de 52,13% de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, as mulheres não estão exercendo os direitos políticos e eleitorais em condições de igualdade. Atualmente, as mulheres ocupam cerca de 14% dos cargos eletivos no Brasil, uma das taxas mais baixas do mundo.
Reconhecendo esta necessidade mundial de igualdade nas sociedades, a Organização das Nações Unidas vem trabalhando com Agenda 2030 que propõe diversas ações para o desenvolvimento sustentável do mundo. Essa agenda contém 17 objetivos globais que visam a melhoria das pessoas e do planeta e também incentivam a paz, a prosperidade e a parceria. Dentre os objetivos da agenda, a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas é citado várias vezes, enfatizando a importância do cumprimento deste objetivo para o sucesso de um país: “A efetivação da igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas dará uma contribuição essencial para o progresso em todos os objetivos e metas” – Declaração da ONU.
A ONU Mulheres criou também o projeto “Cidade 50-50: Todos e todas pela igualdade” que propõe a igualdade de gêneros nos tribunais eleitorais, mostrando que uma sociedade só pode ser chamada de democrática quando tiver a participação de todas as pessoas independente de crença religiosa, sexo, raça, cultura, classe econômica e outros. Ela também convida os governos a enfrentarem os obstáculos que impedem que mulheres e meninas realizem todo seu potencial.
Por que é tão importante que as mulheres estejam na política?
A resposta mais óbvia é representatividade. Se o público feminino corresponde a 52,13% do eleitorado, é no mínimo estranho ter 14% de representação no Congresso, 12% nas prefeituras e 3,7% entre os governos estaduais.
Seja pelo fato de serem geradoras da vida (e naturalmente mais preocupadas com ela), seja por empatia quanto aos seus próprios direitos e valores, as mulheres na política poderiam defender pautas verdadeiramente importantes às causas feministas. Políticas públicas que permitam que elas possam andar na rua sem medo de sofrer uma violência, por exemplo. Garantias para estudar, trabalhar e ter oportunidades. Enfim, coisas que parecem básicas, mas que não podem esperar pela preocupação dos homens. Não que eles não possam fazê-lo. Mas simplesmente porque as mulheres o podem.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/caixa-zero/por-que-e-importante-ter-mulheres-na-politica/