Música: a arte que transforma

“Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música, não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem que vir antes.” (Rubem Alves)

No dia 22 de novembro, celebramos o Dia da Música, dos Músicos e também o Dia de Santa Cecília, conhecida como a padroeira dos músicos. Por isso aproveitamos a data para conversarmos sobre o efeito transformador da música na vida da criança.

A música é a mais completa das artes, e sua linguagem vem sendo apontada, por especialistas de todo o mundo, como uma das áreas do conhecimento mais importantes a serem estudadas no desenvolvimento da criança.

Segundo o psicopedagogo, arte-educador e mestre em educação João Beauclair, “A música não é só uma questão de interferência na educação da criança, é uma necessidade, que deve ter espaço consagrado e rotineiro, por possibilitar a melhoria da sensibilidade, beneficiar os processos de aquisição da leitura e da escrita, e auxiliar na melhoria da capacidade de memorização e de raciocínio”.

Musicalizar uma criança é despertá-la para esse universo rico que a música é capaz de proporcionar. Por meio das cantigas de ninar, de roda, brinquedos e histórias cantadas, exploração dos sons do ambiente e de instrumentos da bandinha rítmica, estimulamos habilidades como a socialização, afetividade, concentração, coordenação motora, desenvolvimento da fala e vocabulário pelo canto, memória, acuidade auditiva, pela qual ela aprende a apreciar os diversos sons que estão à sua volta, criatividade, raciocínio lógico, entre tantas outras mais específicas.

Quando colocamos a criança em contato com diferentes gêneros musicais, despertamos nela emoções diversas que podem ir da gargalhada às lágrimas. Também percebemos variações em sua expressividade corporal, como movimentos delicados e até mesmo mais brutos. Essa exposição a diversos estilos musicais, além de promover contato com outras culturas, é uma excelente forma de estimular seu campo cerebral.

Como afirmou Teca Alencar de Brito, educadora musical, doutora e mestra em Comunicação e Semiótica, “A educação musical não deve visar à formação de possíveis músicos do amanhã, mas sim à formação integral das crianças de hoje”. Por isso devemos trabalhar com a música de uma forma que esta influencie no desenvolvimento global das crianças, fazendo com que elas se interessem por música, pelos vários gêneros musicais, pelas diferentes culturas. O objetivo é formar crianças autônomas e críticas mediante a influência do trabalho musical realizado com elas.

A música é uma arte completa, não necessariamente para formar músicos, mas por ser capaz de transformar crianças em seres humanos melhores, mais felizes, sensíveis, mais confiantes em si, além de proporcionar um enriquecimento cultural imenso!
E viva a Música!

Anna Paula Bruno Behrend, professora de Música do Colégio Imaculado Coração de Maria, Rio de Janeiro-RJ.

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