Doze de outubro é um dia especial para nós, cristãos brasileiros. É a data em que comemoramos a festa da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Sob esse título, cultuamos e veneramos a Mãe de Deus, Maria. Ela foi a escolhida para ser a Mãe de Deus, Jesus Cristo, nosso Salvador. Por que Deus a escolheu, não nos cabe especular sobre os critérios do Senhor, mas aceitar o mistério de Deus que se revelou na encarnação de Jesus.
Nós, no Brasil, veneramos Maria sob o título de Aparecida. Todos sabemos o porquê desse “aparecida”. Ela apareceu sob forma de uma imagem quebrada, pescada no rio Paraíba do Sul. Primeiro o corpo, depois a cabeça. Juntados, tornaram-se o ícone mais importante para o culto mariano no Brasil. Uma pequena imagem que mostrou o rosto de uma “mãe morena” que, no início, tocou o coração dos pescadores e seus familiares, depois foi tocando o coração dos vizinhos e se alastrando, e atraindo mais e mais gente até se tornar a padroeira do Brasil.
Que fato extraordinário foi esse que atingiu o Brasil do sul ao norte, do leste ao oeste? A devoção à Aparecida está presente em milhares de igrejas e capitéis dedicados a ela, e em milhões de imagens nas casas de famílias. A presença da imagem nas casas não é um enfeite, mas uma presença “misteriosa” que toca o coração das pessoas. Diante dela, fazem suas orações e práticas piedosas. Maria se torna presente e participante (“membro”) da família que a acolhe. Desperta confiança, proteção e fé.
Ela mexe com o íntimo das pessoas que rezam diante dela suas “Ave-Marias”, em que a saúdam com a saudação do Anjo, ao anunciá-la como a agraciada de Deus; bendizem-na como Isabel, agradecida por sua visita; reconhecem-na como Santa Maria e a ela pedem que rogue por eles, agora, por suas necessidades diárias, mas também a querem na hora final, na hora da morte.
Maria é esperança, é confiança, é companheira, é mãe, é amor carinhoso. É presença que traz segurança. Nós queremos bem a ela, nós a amamos. Ela é e sempre será nosso modelo de seguidora fiel de seu Filho. Por ela, vamos a ele, e Ele nos confirma que Ela é nossa Mãe: “Filho, eis tua Mãe” (João 19,27)!
Ave Maria, cheia de graça… Será sempre nossa padroeira. Rogue por nós e por nosso Brasil, hoje e sempre, Santa Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe. Amém.
Pe. Deolino Pedro Baldissera, SDS
Padre salvatoriano há 43 anos, professor e psicólogo pela Universidade Gregoriana de Roma, com mestrado em Psicologia e doutorado em Ciências da Religião. Atualmente é pároco em Videira-SC.S