Com o passar do tempo, tudo se transforma. Com a juventude, não é diferente. O que era ser jovem 20 anos atrás não o é mais. Os jovens da Pós-Modernidade têm desejos, sonhos e buscam objetivos diferentes, reafirmam suas personalidades, ao mesmo tempo em que fazem parte de grupos, o que se torna paradoxal, mas fortalece a juventude. Os diferentes se atraem, unem-se em causas comuns, lutam por ideais, sem perderem de vista suas perspectivas individuais.
Nada melhor do que perceber a juventude ouvindo os próprios jovens falarem. O que sai do coração se torna razão e evidencia uma geração que marca presença em um mundo, muitas vezes, incerto e mutável. Em um bate-papo, jovens de 15 e 16 anos, todos estudantes da 1ª série do ensino médio do Colégio Espírito Santo, em São Paulo-SP, falam de seus desejos, angústias, carreira, escola, sonhos e amizades.
Ser estudante, no século XXI, é viver desafios, conviver com o diferente, dedicar-se, lidar com cobranças, mas, ao mesmo tempo, também é prazeroso, segundo João Pedro Dourado, principalmente quando se “adquirem vários conhecimentos, se descobrem coisas novas com os professores e com os amigos, se dialoga sobre assuntos que, em casa, não é possível abordar”.
Outro desafio enfrentado pelos jovens é lidar com o tempo em uma sociedade marcada pela liquidez e tecnologia, em que tudo, rapidamente, torna-se passageiro e obsoleto. Será que temos de ter mais tempo para perder? Será que temos de aprender de forma tão rápida para passar no vestibular e conquistar uma carreira de sucesso? Quanto tempo temos mais? Diante dos olhos daqueles que respondem às perguntas, a juventude se esvai aceleradamente…
O tempo também intensifica a cobrança que o jovem vivencia por ter de entrar em uma faculdade federal, ter de passar no ENEM. As tomadas de decisão devem ser muito rápidas. Essas cobranças, segundo eles, “vêm do próprio jovem, em primeiro lugar; em seguida, são externas, por parte da família, da escola e dos professores”, lembra o aluno Tiago Valentim Viana.
Quem pensa que os jovens são desinteressados se engana. É fato que os interesses daqueles que nasceram entre os anos de 2003 e 2004 são bem diferentes dos que nasceram na década de 1980 ou mesmo 1990. Os jovens se engajam e se interessam por aquilo que tem aplicação, faz sentido e tem significado. “Quando se aprende o que pode ser usado, tudo se torna mais significativo”, diz Anna Laura Natario.
É unânime entre eles que a geração atual tem muita empatia. “A maioria pensa no outro antes de fazer alguma coisa. Essa relação que a gente vai criando, conforme os anos vão se passando, é muito importante e faz muita diferença”, declara Isabella Menezes de Oliveira. Todos percebem que são privilegiados e valorizam o que conquistaram.
Quando questionados a respeito dos sonhos, respondem que almejam um mundo em que o outro seja aceito, independentemente da cor, da cultura, da religião, do país de origem. “Todos somos seres humanos, há riqueza na diversidade”, afirma Mariana de Souza Ferreira.
Passa ano, sai ano, vai juventude, vem juventude, as transformações chegam, mas há valores que permanecem. A amizade se perpetua, e os amigos se unem, dão conselhos, ajudam, criticam, caso seja preciso, mas sempre com a intenção de ajudar.
Ser jovem, na atualidade, é desafiador. Ser jovem, na atualidade, é engrandecedor!
Alunos que participaram do bate-papo: Anna Laura Van Der H. Natario, Aline Maria S. Bellangero, João Pedro Dourado F. de Maria, Isabella Menezes de Oliveira, Luiza Perestelo Cinzento, Marina Esteves Pelegrina, Mariana de Souza Ferreira, Tiago Valentim Viana.