O ano de 2024 está terminando… E que marcas você deixou?
No mundo em que vivemos, desde tempos remotos, ainda há guerras entre os homens, em vários países. Têm acontecido muitas catástrofes ambientais devido às mudanças climáticas, como vimos nas queimadas na Região Amazônica e nas enchentes no Estado do Rio Grande do Sul e em outros países. Convivemos com vários tipos de violências: nas famílias, contra as mulheres e crianças, também contra jovens negros, nos estádios de futebol, nas escolas, além de invasões em terras indígenas e quilombolas, sem falar nas taxas de juros e na economia em geral. Todavia, tivemos alegria nas Olimpíadas, o desemprego caiu, o Brasil passou a ter esperança em vários setores, embora haja muito o que fazer social e politicamente.
É comum ouvir, neste fim de ano, algumas pessoas dizerem: “Como o tempo passa rápido!”. Outras afirmarem: “Nem vi o tempo passar”. Há ainda os que falam que nunca têm tempo. Como você usou o seu?
Geralmente, arrumamos tempo para nos levantar, cuidar da higiene, alimentar-nos, levar os filhos à escola, à ginástica, à catequese, ao curso de línguas, ao futebol, à consulta médica. Algumas famílias que não têm tempo mais para fazer o almoço e/ou o jantar levam as crianças para comer no restaurante a quilo ou fast food. Você conseguiu arrumar tempo para a academia, o pilates ou para o RPG? Sobrou tempo para dormir, descansar? Há quem passe o tempo jogando na internet ou no celular.
Mas, o que é o tempo? Segundo alguns filósofos, o tempo pode variar conforme a temporalidade, o que se pensa. Santo Agostinho (354-430) reflete, em sua obra Confissões, sobre o tempo ser criatura, pois contrapõe com a eternidade. Afirma não existir nem o passado, que é o tempo que já se foi, nem o futuro, pois ainda é um tempo que não se realizou. O único tempo existente é o presente.
Segundo o pensador Bergson (1859-1941), influenciado por Kant, que escreveu Crítica da razão pura, o tempo real é relacionado à duração, ou seja, “sucessão, continuidade, mudança, memória e criação”. Ambos se relacionam com a consciência. Consciência que está relacionada com memória, intenção e intuição. Assim, podemos associar o tempo com escolhas.
Quais são suas expectativas para 2025? Vai depender de suas escolhas.
Desejar a paz, a prosperidade, a fartura, muitos anos de vida são expectativas universais, mas acredito que todas elas são frutos das escolhas que fazemos. Tirar um tempo para si mesmo é necessário, respirar adequadamente, exercitar-se física e mentalmente, examinar a consciência, perdoar-se e perdoar se necessário. O autoconhecimento traz grandes benefícios pessoais e, consequentemente, sociais e profissionais.
Pense nas marcas que deixou este ano e na marca que gostaria de deixar em 2025. As pessoas costumam ter expectativas a nosso respeito. Com o início do Ano Jubilar, reflitamos: qual foi a “marca” deixada pelo Mestre? Simplicidade de vida, empatia com o outro, respeito às diferenças, sempre desejava a paz.
Desejemos uns aos outros boas entradas de 2025.
Boas escolhas para sua vida!
Mestranda em Filosofia, antropóloga, especialista em Ensino de Filosofia, graduada em Filosofia e Pedagogia, filiada à ABA, Apeoesp, SBPC, Sintram, Aproffib, agente da Pastoral da Pessoa Idosa e professora de Filosofia na Rede Pública da Prefeitura de São José-SC.