Outubro Rosa, meninas e democracia

Outubro é um mês com várias missões, as quais são ações públicas. Algumas datas comemorativas são bem conhecidas, principalmente as religiosas. No entanto, há várias outras relevantes neste mês primaveril, sobre as quais vamos refletir neste artigo.

Uma das reflexões importantes vai para as mulheres (embora os homens também tenham de ficar atentos), que é a campanha do Instituto Nacional do Câncer (Inca), alertando sobre o câncer de mama. Constata-se ser o tipo mais frequente entre as mulheres brasileiras, após o câncer de pele. Neste ano de 2024, foram estimados 73,6 mil novos casos, com um risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres, principalmente após os 50 anos. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda a prevenção, como fazer os exames ginecológicos, o autoexame, ter hábitos saudáveis tanto na alimentação quanto na atividade física.

Considerando que a maioria da população mundial é do sexo feminino, dia 11 de outubro é Dia Internacional da Menina. Você sabia? É mais uma data de reflexão. Precisamos conscientizar as meninas que são exploradas, violentadas, muitas delas exploradas sexualmente; reforçar a importância de promover liderança e despertar o potencial das meninas em todas as fases de seu crescimento. 

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), há milhões de meninas no mundo, entre 5 e 14 anos, com mais tempo em atividades domésticas sem remuneração se comparado aos meninos. A missão da sociedade é defender o direito de as meninas poderem ter também seu desenvolvimento e mudanças necessárias em suas infâncias, buscando, assim, a igualdade de gênero. Devemos estimular a participação das futuras líderes de comunidades a exercerem seu papel político e profissional, além do biológico. 

Os exemplos das ativistas Malala Yousafzai e Greta Thunberg são mundialmente conhecidos. A primeira, por defender o direito das meninas paquistanesas à educação, sofreu um atentado, aos 14 anos, sendo baleada no rosto. A segunda, por protestar em frente o parlamento da Suécia e organizar com os jovens a conscientização quanto ao problema da mudança climática, provocado pelas grandes indústrias, o que tem causado muitos danos no planeta Terra. 

Essas atitudes são possíveis e bem-vindas nos Estados democráticos. Nesse sentido, uma das missões que temos, como sociedades contemporâneas, é a defesa da democracia. No Brasil, o Dia Nacional da Democracia é celebrado em 25 de outubro. Esta data lembra a morte do jornalista Valdimir Herzog, torturado e morto, em 1975, pelo regime militar.

Com a nova Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, a redemocratização completa 36 anos em 2024. Os brasileiros passam a ter o direito de exercer a cidadania, tendo a liberdade de escolher seus representantes tanto do Poder Legislativo quanto do Poder Executivo, nas três esferas governamentais. O desafio, em nosso País, ainda é lembrar que, ao eleger os representantes, devemos pensar na “vontade geral” que, segundo o filósofo Rousseau, faz parte da liberdade civil, em que prevalece o consenso acima dos interesses particulares.

Desse modo, a democracia brasileira possa ser exercida com consciência, para que a ética e a igualdade, em todas as dimensões, reflitam a emancipação da sociedade nas camadas sociais, desde as crianças até os idosos. 

Maria Terezinha Corrêa

Mestranda em Filosofia, antropóloga, especialista em Ensino de Filosofia, graduada em Filosofia e Pedagogia, filiada à ABA, SBPC, Sintram, Aproffib, agente da Pastoral da Pessoa Idosa, professora de Filosofia na Rede Pública da Prefeitura de São José-SC.

 

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *