Protestar de forma pacífica é um direito garantido no artigo 5º da Constituição brasileira. E é assim que membros do Movimento Passe Livre estavam agindo no dia 16 de janeiro último. Os manifestantes se reuniram com o objetivo de contestar o aumento das passagens do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) anunciado pelo governador João Doria (PSDB) e em vigor desde o dia 13 deste mês. Vale ressaltar que o aumento de R$ 4,00 para R$ 4,30 equivale ao dobro da inflação registrada em 2018 e está acima do aumento do salário mínimo.
Enquanto os manifestantes ainda estavam planejando o percurso que iriam seguir, foram covardemente surpreendidos por uma ação truculenta da polícia. O fotógrafo da Ponte Jornalismo, Daniel Arroyo, foi ferido por um tiro de borracha no joelho direito. Também Willian Vieira, colaborador da Mídia Ninja, foi ferido nas pernas por disparos. Bombas de efeito moral e gás de pimenta também foram usados pelos policiais.
Nesse início de governo, percebemos vários elementos de uma política que opta pela força e imposição do medo, sob o pretexto de estabelecer a ordem. Sabemos que as coisas não são bem assim. Uma sociedade de paz só é possível por meio do diálogo e da justiça. O foco deveria estar voltado para o combate à desigualdade e não no ataque àqueles que, com audácia, procuram viver, até as últimas consequências, os princípios da verdadeira política. Aos homens e mulheres que, com sua presença no mundo, buscam uma sociedade melhor a nossa solidariedade!
Por: Irmã Stela Maris Martins
Presidente da Redes – Rede de Solidariedade e graduanda em Ciências Sociais pela PUC-Rio