Nos dias 13 e 14 de agosto, cinco missionárias servas do Espírito Santo, representando a Povíncia Stela Matutina – Brasil Norte, participaram da Marcha das Margaridas. A manifestação reuniu em Brasília milhares de mulheres de todo o País, trabalhadoras rurais, das florestas e das águas. Neste ano, o lema da marcha foi “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”.
A Marcha das Margaridas ocorre a cada quatro anos, desde o ano 2000, inspiradas pela história de Margarida Maria Alves, líder sindical assassinada em agosto de 1983, em Alagoa Grande-PB, por defender os direitos de trabalhadoras e trabalhadores rurais.
Este ano é a sexta edição da Marcha, considerada a maior ação de mulheres da América Latina. É realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), com suas 27 federações e mais de 4 mil sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o Brasil. Além da parceria de diversas organizações sociais e movimentos de mulheres, participam representações de 26 países de todos os continentes.
Com o apoio também das mulheres indígenas, no dia 14 de agosto, a Marcha saiu em direção à Esplanada dos Ministérios e encerrou-se próximo ao Congresso Nacional. Estiveram presentes mais de 100 mil mulheres, levando suas reivindicações, como desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
As “margaridas” marcharam por uma vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexissismo; por previdência e assistência social pública, universal e solidária; por saúde pública em defesa do SUS; pela proteção e conservação da sociobiodiversidade e aceso aos bens comuns; por respeito, igualdade e garantia de direitos; por democracia e fortalecimento da participação política das mulheres; por educação não sexista e antirracista, e pelo direito à educação no campo, entre muitos outros gritos, inclusive contra o feminicídio..
Participação das missionárias
As irmãs que atuam diretamente no Centro de Integração do Migrante (CIM), Malgarete Scapinelli Conte, Lucilene Soares e Nadir Vieira Pereira, foram a Brasília dar seu apoio. Também a Ir. Maria de Fátima Marques, presidente da Rede de Educação SSpS, e Ir. Maria Aparecida Ribeiro, do Conselho do Instituto Trinitas, foram representando toda a Província.
“Como missionárias servas do Espírito Santo, somos chamadas a estar presentes nas lutas dos povos e, como Centro de Integração do Migrante, também iremos para apoiar esta luta que deve ser de todas nós”, explica irmã Malgarete. Ela ainda acentua a importância de as mulheres camponesas levarem suas reivindicações à capital federal, pois “são elas que produzem comida sem veneno para a população”, afirma. “Temos uma potência agroambiental graças a milhões de margaridas que produzem alimentos saudáveis para as cidades, garantindo a soberania alimentar e a preservação das sementes crioulas, dos ecossistemas e da biodiversidade”, acrescenta.
O apoio das missionárias não foi apenas pela presença, mas também contribuindo para que outras mulheres de diversos Estados brasileiros também pudessem participar.
Mobilização nas escolas
A Marcha das Margaridas também foi trabalhada nas escolas da Rede de Educação SSpS. No Colégio Stella Matutina, em Juiz de Fora-MG, a marcha foi recriada simbolicamente com alunos, professores e funcionários. Eles marcharam pelos corredores, em apoio às mulheres do campo e da cidade, por suas vidas e seus direitos.
Foram homenageadas nove mulheres que tiveram destaque na história feminista do Brasil ontem e hoje: Margarida Maria Alves, Maria da Penha Maia Fernandes, Marta Vieira da Silva, Irmã Dulce, Nísia Floresta Brasileira Augusta, Nise Magalhães da Silveira, Carolina Maria de Jesus, Marielle Francisco da Silva e Laudelina de Campos Melo.
Algumas imagens da Marcha das Margaridas