De um lado, um homem impulsivo e, do outro, um perseguidor dos cristãos, ambos cheios de falhas e com personalidade difícil de lidar. Esses dois homens deixaram-se transformar por Cristo e se tornaram anunciadores da Boa-Nova de Jesus. Hoje são santos muito amados na tradição popular e exemplos a serem seguidos.
Saulo de Tarso: de perseguidor a perseguido
Saulo era um judeu, da cidade de Tarso, e pertencia ao grupo dos fariseus, como seu pai. Estudou em Jerusalém com Gamaliel, um dos “mestres da lei” mais importantes entre os judeus.
Por seu grande entusiasmo e fidelidade ao judaísmo, Saulo, com o apoio do sumo sacerdote, perseguia os cristãos e os colocava no cárcere.
Um dia, enquanto ia a Damasco para prender mais cristãos, uma luz brilhou, e Saulo ficou cego. Uma voz lhe perguntou por que o estava perseguindo. Era a voz de Jesus. Desse momento em diante, Saulo se converteu, trocou seu nome por Paulo e começou a anunciar o Evangelho.
A partir daí, Paulo tornou-se um apóstolo incansável dos que não pertenciam ao judaísmo. Fez três grandes viagens pela Ásia e Europa e, nos lugares por onde passava, fundou comunidades cristãs. Em alguns lugares, permaneceu vários anos, ensinando e preparando novos discípulos.
Sofreu inúmeras perseguições e enfrentou muitos perigos durante suas viagens. Mesmo preso, em Roma, continuou a anunciar o Evangelho às pessoas que o procuravam e animava as comunidades com as cartas que escrevia, até que ele foi decapitado.
É atribuída a São Paulo 13 cartas do Novo Testamento, e suas viagens missionárias são narradas nos Atos dos Apóstolos. Seus ensinamentos falam sobre a salvação e a vida cristã. Deixou um grande exemplo de amor, coragem e compromisso com a missão.
Simão Pedro: o amigo esquentadinho de Jesus
Pedro, também chamado Simão, era pescador e tinha um pequeno negócio em parceria com seu irmão André e dois amigos, Tiago e João. Ele se destacou entre os discípulos por ser ousado e falar o que todos estavam pensando. Era impulsivo, fazia tudo com entusiasmo e amava Jesus de todo o coração.
Pedro tinha a personalidade de um líder, mas ainda precisava amadurecer na fé. Como amigo de Jesus, presenciou momentos especiais que nem todos os apóstolos viram.
Pedro vai ao encontro de Jesus que caminha sobre as águas.
Em diversas situações, Pedro fez o contrário do que se esperava de um apóstolo: falou mais do que devia, agiu com violência, negou Jesus. Certa vez, Jesus disse que ele precisava até se converter: “Quando você se converter, fortaleça os seus irmãos” (Lucas 22,32).
Apesar disso tudo, Pedro amava Jesus mais que tudo e se dedicou arduamente à pregação do Evangelho, por isso Jesus o tornou líder da Igreja.
Pedro animou as comunidades cristãs e entregou toda a sua vida no seguimento de Jesus. Como Cristo, também foi crucificado. Como não se sentia digno de morrer da mesma forma que seu mestre, pediu que lhe pregassem à cruz de cabeça para baixo.
O que Paulo e Pedro têm em comum?
Apesar de suas falhas, esses dois homens da Bíblia mostraram coragem e humildade, reconhecendo e corrigindo seus erros. Isso aconteceu a partir do encontro pessoal que tiveram com Jesus. Nós também podemos receber a graça da transformação de nossas vidas se abrirmos nossos corações à ação misericordiosa de Deus e vivermos segundo os ensinamentos do Evangelho.