Os povos originários e os não indígenas celebram, na Semana dos Povos Indígenas, a existência e o marco histórico que cada etnia deixou e que continuam contribuindo para a diversidade cultural em nosso imenso Brasil. Hoje eles têm muito a nos ensinar, ao desafiar-nos no cuidado e no respeito à nossa Casa Comum, isto é, com a Terra, a cultura, a Natureza e o porquê de suas lutas por apoio, respeito de seus direitos.
Concretamente, poderemos nos inteirar sobre o que pensa um Akwẽ Xerente sobre a importância de ser povo originário. Vejamos:
“Cada povo tem sua organização social, cada povo tem sua diversidade cultural, tem seu modo de viver, tem seu ritual sagrado, que são deixados pelos nossos ancestrais e que hoje, entre nós, são lembrados pelos mais velhos Akwẽ Xerente. A cultura nunca morre. Ela adormece e ela precisa sempre ser cultivada todos os dias, transmitindo para a nossa geração.
Na cultura Akwẽ Xerente, os mais velhos são os guardiões da História, e quando os perdemos ou um deles vem a falecer, aí estamos perdendo um livro de nossa ‘biblioteca’.
A língua Akwẽ Xerente, ela é forte. Ela abrange ou se comunica com a terra, plantas e com a água, que são a Natureza. Nós somos a Natureza.
A Natureza é a fonte da inspiração/respiração cultural. Sem ela, a vida não transpira/circula em nosso meio.
Então, tudo isso é a memória do mundo milenar de celebração de cada povo. Ela (a diversidade cultural) é um conceito primordial que precisa ser valorizado e respeitado. Povos originários na luta e na resistência.”
(Professor Nelson Praze Xerente)
Assim, celebremos com mais consciência e com mais ênfase a importância dos diferentes povos indígenas existentes no Brasil e em toda a América Latina, de modo especial. E que possamos apoiá-los em suas lutas por respeito, identidade, autonomia e direitos.
Irmã Maria Leonice Neves, SSpS
Professor Nelson Praze Xerente