Entre tantas datas celebrativas, religiosas, comemorativas e até de apelo comercial, o amor pede passagem no mês de junho, que, tradicionalmente, nos lembra a defesa do meio ambiente.
Fica inaugurado um tempo de celebrar o amor em sua fase inicial de aprendizagem, de experimentações afetivas, de mudança de fase, de novos laços, de ampliação das escolhas e desejos.
Tempo de renovar juras de amor e de escolher nunca desistir do amor e da partilha.
Nestes tempos de celebrar o amor, será preciso não pensar no namoro em si, mas no enamorar, no enamorar-se…
Cada um de nós experimenta esses ciclos continuados de encantamento que são a base para as escolhas que fazemos na vida, muito além do amor entre pares.
Se eu me enamoro, antes de tudo, crio as defesas para não permitir que nem um ato sequer me faça sentir desrespeitado, desrespeitada nessa proximidade.
Se eu me enamoro e enamoro o milagre da vida, minhas escolhas serão balizadas pela defesa intransigente da dignidade da pessoa humana.
Na simplicidade, no “enamoramento” e no encantamento, escolhas vão se desenhando diante dos nossos olhos, mãos, corpo e mente.
A vida vira um discernimento permanente. Vira namoro, vira vocação, vira devoção, vira meta, vira casamento, vira separação, vira transformação, vira sonhos…
A vida, (in)finitamente, apresenta-se em forma de broto e, se cuidada e protegida, vai crescer, alongar-se, achar seu lugar ao sol.
Enamorar-se, enamorar e namorar são faces da mesma mirada. É permanecer onde existe a mansidão, a paz interna, a paixão, a devoção, a partilha, a partida, o descanso no colo de alguém, a esperança traduzida em gestos e atitudes.
Enamorar-se, enamorar e namorar é “querer permanecer, mesmo podendo voar”.
Maria José Brant (Deka), assistente social, analista de políticas públicas na Prefeitura de Belo Horizonte-MG, mestra em Gestão Social, mosaicista nas horas vagas.