O tema transversal “Somos todos irmãos e irmãs”, proposto para o ano de 2024 pela Rede de Educação Missionárias Servas do Espírito Santo, traz consigo um convite profundo à reflexão e à ação. Em um mundo marcado por complexidades e desafios, afirmar a fraternidade entre os seres humanos é mais do que uma proposta, é uma necessidade urgente. Mas como tornar essa afirmação uma realidade em nossas relações e em nosso dia a dia?
Primeiramente, é crucial compreender que a irmandade vai além das fronteiras geográficas, culturais e socioeconômicas. Diante da realidade planetária na qual vivemos, em que a falta de dignidade humana aflige tantas pessoas, torna-se imperativo agir em prol do bem comum. Esse contexto exige que olhemos para além de nossos próprios interesses, estendendo a mão aos que mais necessitam, promovendo justiça social e dignidade para todos.
A palavra “irmão” tem suas raízes etimológicas na ideia de algo “verdadeiro”. Originária da expressão “frater”, remete ao irmão propriamente dito, aquele nascido do mesmo pai e da mesma mãe. Contudo, essa origem linguística destaca a essência profunda da irmandade: uma conexão genuína que vai além de laços sanguíneos, baseada na verdadeira compreensão e cuidado mútuo.
Ao expandir a noção de fraternidade para além das barreiras linguísticas, observamos que, em diferentes culturas, a palavra irmão é expressa de maneiras diversas, mas sempre carregando consigo a ideia de proximidade e união. Aponta sempre para o entendimento da ligação fraterna.
Para que o tema “Somos todos irmãos e irmãs” se torne realidade em nossas vidas, portanto, é necessário agir de maneira consistente. Isso implica a prática da empatia, do respeito às diferenças, do lutar contra a injustiça e promover a igualdade. É também um chamado à solidariedade global, reconhecendo que a fraternidade não conhece fronteiras e que a dignidade humana deve ser preservada em todos os cantos do planeta.
Assim, ao vivermos a irmandade em sua verdadeira essência, contribuímos para a construção de um mundo mais justo, compassivo e verdadeiramente unido. Somos desafiados a transcender as limitações do egoísmo, a compreender a realidade do próximo e a agir em prol da construção de um futuro em que a afirmação “Somos todos irmãos e irmãs” seja não apenas uma expressão, mas uma realidade vivida em cada ato e em cada relação.
Agostinho Travençolo Junior
Educador e coordenador-geral da Rede de Educação SSpS.