No dia 20 de agosto, as missionárias servas do Espírito Santo (SSpS) recordam a chegada das seis primeiras irmãs ao Brasil, em 1902. Naquela época, com apenas 13 anos de fundação, a jovem Congregação experimentava uma vitalidade missionária extraordinária. Fundada em Steyl, na Holanda, já havia enviado missionárias para Argentina (1895), Togo (1897), Papua-Nova Guiné (1899) e Estados Unidos (1891).
A disposição de vir para o Brasil partiu do próprio fundador, Santo Arnaldo Janssen. Após muita oração e discernimento, ele decidiu pelo envio do grupo pioneiro. Madre Josefa era a Superiora-Geral e ajudou a preparar as irmãs. Eram elas as irmãs Walburgis, Laurência, Bonifácia, Crescência, Regina e Córdula.
O objetivo principal das missionárias na América Latina era reavivar a fé nas famílias cristãs. No Brasil, havia também a grande necessidade de escolas. Por isso, as irmãs já vieram focadas em iniciar um colégio, a partir do qual poderiam estar em contato com muitas pessoas. É surpreendente a coragem das primeiras missionárias. Em janeiro de 1903, poucos meses após a chegada, ainda mal falando o português, deram início a uma escola que depois viria a se tornar o Colégio Stela Matutina, em Juiz de Fora-MG.
Depois delas, outras irmãs foram chegando, não somente para as escolas, mas também para trabalhar em hospitais e nas pastorais. Muito rapidamente, espalharam-se pelo Brasil, assumindo diferentes frentes missionárias, especialmente em locais onde as necessidades eram maiores. Em 1963, quando decidiram estabelecer uma segunda província no Brasil, já somavam um total de 461 irmãs, entre missionárias vindas da Europa e irmãs brasileiras.
Sempre atentas aos apelos do Espírito Santo, as missionárias SSpS acompanharam as grandes transformações pelas quais passou a Igreja, com o Concílio Vaticano II e as conferências de Medellín e Puebla. Foram ao encontro dos mais pobres nas periferias das grandes cidades e para o interior, nos locais onde a Igreja ainda não estava devidamente estabelecida. Desde então, marca presença também com populações indígenas.
Atualmente, o número de missionárias SSpS no Brasil está em torno de 200, organizadas nas províncias Stela Matutina (Estados de São Paulo, Tocantins, Rio de Janeiro e Minas Gerais) e Divina Sabedoria (Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pará, Amazonas e Roraima).
Um aspecto marcante da Congregação, e que sempre esteve presente nestes 118 anos no Brasil, é a interculturalidade. No início, isso se dava pela presença de irmãs europeias e brasileiras. Atualmente, a variedade cultural está crescendo, com a chegada de irmãs de outros continentes, especialmente da Ásia.
O compromisso com a vida e a busca de construir comunhão se fortalecem com as práticas cotidianas de “Justiça, Paz e Integridade da Criação”, conhecidas pela sigla Jupic, e que fazem parte do estilo de vida das missionárias. Concretamente, significa que as irmãs priorizam o cuidado com a ecologia, defendem os direitos humanos e os grupos menos favorecidos, assumem as principais causas sociais e promovem uma cultura de paz, fundamentadas nos valores do Evangelho.
Os campos de missão são muito diversificados em cada uma das províncias. Mas, ao viverem o carisma missionário e a espiritualidade trinitária, seja qual for a obra social, educacional, pastoral ou da área da saúde, as irmãs sempre buscam vivenciar o lema de nossa congregação “Viva Deus Uno e Trino em nossos corações e nos corações de todas as pessoas”.
Irmãs SSpS Brasil Norte em sua história…