Nem a pandemia impediu a missão de três irmãs servas do Espírito Santo, Ir. Maria Gislaine Pereira, Ir. Lusia Sakunab e Ir. Severina do Carmo Amaral, de iniciarem uma nova comunidade religiosa. A nova casa está situada na Paróquia São Marcos, Parque São Rafael, Zonal Leste de São Paulo-SP. Irmã Gislaine, coordenadora da comunidade, é brasileira; Ir. Lusia é da Indonésia e, como missionária, está no Brasil há 18 anos; e Ir. Severina é natural do Timor Leste e chegou ao Brasil há sete meses e está estudando português.
A comunidade foi fundada tendo como perspectiva a missão no Centro Educacional Madre Theresia, creche que atende gratuitamente 65 crianças de famílias em situação de vulnerabilidade econômica, e também na Paróquia São Marcos Evangelista, onde atuam os missionários da Congregação do Verbo Divino. A creche pertencia ao Verbo Divino e, em 2017, passaram para as irmãs missionárias servas do Espírito Santo.
As irmãs, que moravam na comunidade do Tatuapé, começaram a trabalhar na creche, para isso, tinham de tomar ônibus e metrô todos os dias. O tempo gasto no trânsito, devido à longa distância, era uma dificuldade para que chegassem a tempo dos compromissos. “Agora a nossa presença aqui abrirá a possibilidade de visitar as famílias de nossas crianças. A maioria delas vem de locais onde a realidade da vida é mais dura e desafiadora”, enfatiza Ir. Gislaine.
“Para iniciar uma comunidade neste tempo de pandemia, precisávamos do espírito e da intercessão do São José Freinademetz”, conta Ir. Lusia. Ao explicar por que a comunidade escolheu o santo como patrono, Ir. Lusia conta que ele foi pioneiro como missionário do Verbo Divino na China. “Toda a sua vida foi marcada pelo desejo de ser um chinês entre chineses. Ele disse ‘Eu amo a China e os chineses; aqui quero morrer e junto deles ser enterrado’”. Quando surgiu uma epidemia de tifo, o evangelizador foi à frente no atendimento e socorro às vítimas. O missionário contraiu a moléstia e morreu no dia 28 de janeiro de 1908, em Taikia.
“‘O melhor lugar é onde Deus nos quer’, como disse São José Freinademetz, por isso estou feliz por colaborar entre o povo nesta região”, explica Ir. Gislaine.
Para uma recém-chegada ao Brasil, como a Ir. Severina, a linguagem pode ser uma barreira para comunicar e compreender, mas ela afirma, com confiança, que precisa não somente do idioma para conversar com as pessoas, mas também da linguagem do amor. Ela também retoma o ensinamento do patrono da nova comunidade, o qual dizia que “A única linguagem que todas as pessoas entendem é a linguagem do amor”.
A bênção da nova comunidade foi no dia 22 de agosto. O rito foi celebrado juntamente com a missa, presidida pelo Pe. Bonifácio Issaka, pároco, e demais verbitas da paróquia. A coordenadora provincial, Ir. Maria Percila Vieira, as irmãs conselheiras, Maria Aparecida Ribeiro e Heloise Mattos, além da ecônoma, Ir. Maria de Fátima Marques, foram conhecer a nova residência das irmãs e participaram da liturgia. “A missão não é nossa missão só, mas a missão de Deus, da Província e também da Congregação. Nós três representamos a missão de todas”, disse Ir. Gislaine.
Irmã Lusia falou com gratidão sobre o apoio e a partilha das irmãs para o estabelecimento da nova comunidade. “Nós temos tudo em casa e nada compramos, pois a Província partilhou conosco”. “Irmã Maria Percila nos acompanhou no dia a dia, e também toda a Província estava conosco pelo espírito de oração e pelo apoio”, acrescentou Ir. Gislaine.