Em breve, celebraremos a Solenidade de Pentecostes, em que a Igreja revive a vinda do Espírito Santo aos discípulos e discípulas de Jesus, 40 dias após sua ressurreição. E, apesar de ainda ser tempo pascal, com a situação que o Brasil e o mundo enfrentam com a pandemia do covid-19, fica difícil se alegrar e acreditar que a vida sempre tem a última palavra.
Foi nesse panorama de sofrimento e angústia diante de tantas vidas ceifadas pela contaminação do coronavírus que Ir. Francisca Romana da Costa pediu luzes ao Espírito Santo para que libertasse a humanidade desta pandemia.
Irmã Francisca é missionária serva do Espírito Santo (SSpS). Enfermeira por profissão, ela trabalhou por vários anos no México e, depois que retornou ao Brasil, dedica-se à pastoral, animação vocacional e missionária. Atuava em Belo Horizonte e, um pouco antes da pandemia, foi transferida para a comunidade missionária SSpS em Abreulândia-TO.
Ao chegar lá, toda animada para iniciar uma nova etapa em sua vida missionária, foi surpreendida pelas medidas do isolamento social e pela gravidade da situação que se alastrou pelo Brasil e pelo mundo. Nesse contexto e baseada em muita oração, dentro dela, surgiu a récita do terço ao Espírito Santo, diferente de muitos outros terços que já são conhecidos.
O fato é que Ir. Francisca, ao rezá-lo, encontrou paz e consolo em seu coração e se sentiu encorajada a intensificar a oração por tantas pessoas e famílias que sofrem por causa das perdas causadas pelo covid-19 ou que estão sofrendo nas unidades de terapia intensiva, uma realidade que ela conhece tão bem.
Aqui trazemos o depoimento da Ir. Francisca e o Terço ao Espírito Santo, que ela sentiu o apelo de compartilhar com todos os que estão sofrendo ou se importam com os que sofrem.
“Rezei… e o peso do meu coração desapareceu”
“Em vários momentos de oração pessoal, sentia-me muito sozinha e com muita angústia em meu coração, especialmente por causa das notícias no mundo todo, com tanta gente morrendo por causa desse vírus destruidor e sem piedade.
Na comunidade discutíamos sobre os cuidados necessários e as medidas de isolamento… A Semana Santa foi de impasse: celebrar ou não celebrar com o povo? As pessoas não tinham consciência dos riscos, e pouco entendiam dos cuidados necessários…
Perdida nessa situação, intensifiquei minhas orações pessoais, e alguma coisa foi acontecendo no meu coração. Estava desesperada, mas percebi que o mundo está cheio de gente desesperada, sem teto, sem as mínimas condições de vida, muitos morrendo sem possibilidade alguma… Todos seres humanos como eu! Fui rezando a oração do nosso fundador, Santo Arnaldo Janssen: ‘Ante a Luz do Verbo e o Espírito da graça, afastem-se as trevas do pecado e noite da incredulidade…’. Assim, pouco a pouco, as dúvidas e a escuridão foram desaparecendo.
Nos momentos de adoração ao Santíssimo e quando me retirava a meu quarto para silenciar-me dessa aflição, pedia a tranquilidade para o meu coração, e tudo foi se transformando. Foi na capela, rezando a Oração ao Espírito Santo, de Santo Agostinho, que me veio a ideia de rezar o terço repetindo frases dessa oração nas dezenas, no lugar das Ave-Marias. Rezei assim várias vezes, e o peso em meu coração desapareceu. Fui acrescentando pedidos pelas pessoas doentes por causa do vírus em todo o mundo.
Veio-me o pensamento que está chegando Pentecostes. O Espírito Santo é o respirar da vida, e tantos estão morrendo por falta de ar… Que Ele possa respirar em todos aqueles que mais necessitam de sua graça e sabedoria!
Então, alguns dias depois, sentei-me no computador e tentei organizar esse terço, pedindo a cura e a descoberta do tratamento para pôr fim a esta pandemia.”