Transformação

Na memória litúrgica de Santo Arnaldo Janssen, fundador das congregações da Família Arnaldina, celebrada em 15 de janeiro, as missionárias servas do Espírito Santo (SSpS) abrem o Ano da Transformação. Em uma série de cinco publicações, apresentamos o texto de irmã Martina García, a ser meditado pelas irmãs SSpS e por colaboradores e colaboradoras da missão nos cinco continentes. Nesta primeira parte, ela apresenta as motivações para a escolha do tema. Veja a seguir.

Olho para a transformação como busca espiritual, como diálogo comigo mesma e com as missionárias servas do Espírito Santo chamadas a fazermos esse processo.

O carisma que recebemos é parte de nossa vida pessoal e coletiva como Congregação. Ele é um guia que inspira nossa vida em missão e nos desafia, sempre de novo, a redescobri-lo e redescobrir-nos nele como discípulas de Jesus Cristo. É o mesmo carisma, a mesma espiritualidade, embora em transformação constante, como dinamismo que brota do Espírito no fundo de nosso ser, neste tempo.

O tema da transformação nos convida a um gesto de coragem, sacode nossa vida e nos chama a nos pôr em movimento, a ir além do conhecido, a “ir para a outra margem”, juntas, na mesma barca. Como no tempo de nossa Geração Fundante, queremos participar do desafio de expressar, de forma criativa, nossas convicções a partir daquilo que afeta nosso ser, reafirmando o que é essencial em nosso carisma e espiritualidade.

Reconhecemos a grande contribuição de nosso carisma para a humanidade, nas várias frentes de missão. Não obstante, diante de mudanças de nosso mundo e de novas maneiras de compreender a realidade, experimentamos a necessidade de recriar nossos sentidos de vida em missão e expressá-los de maneira renovada. 

Somos conscientes de que o conhecido nos ajuda, mas que também pode nos limitar. Movidas pelo Espírito, podemos ir além de estilos de vida e atividades missionárias aos que estávamos acostumadas, pois podem nos encasular e diminuir a criatividade.

Individualmente e como Congregação, sempre de novo, somos convidadas a buscar algo mais libertador e criativo como resposta na construção da paz, da justiça e da dignidade de todos os seres. Embora, muitas vezes, ainda fiquemos esperando algo pronto, algo vindo de fora ao qual podemos seguir, submeter-nos e até acomodar-nos por não nos acharmos nem dignas, nem capazes ou disponíveis para assumir responsabilidade. 

A transformação só pode começar quando somos fiéis a nós mesmas e a nosso tempo. Pede que nos tornemos próximas de nós mesmas para escutar as moções do Espírito Santo, em meio às perguntas e buscas de saídas para as violências, contradições e falta de perspectiva que obscurecem o horizonte. Demanda mergulhar nas realidades, escutar seus clamores, tocá-las e experimentar os desafios urgentes para redescobrir caminhos e renovar a face da terra, na originalidade deste nosso momento. 

Para seremos anúncio da Boa-Nova, é necessário captar as moções do Espírito que experimentamos pessoal e coletivamente, cientes de nossas limitações e finitude. 

Para saber mais

2025 será o Ano da Transformação

 

Irmã Martina Maria Gonzáles García, SSpS 

Província Brasil Norte

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