Um santo que enxergava longe

Arnaldo Janssen nasceu em 15 de janeiro de 1837, em Goch, Alemanha, numa família profundamente religiosa. Foi ordenado padre em 15 de agosto de 1861 e dedicou-se ao ensino de Ciências e Matemática. Por sua piedade e devoção ao Sagrado Coração de Jesus, foi nomeado diretor diocesano do Apostolado da Oração.

Apesar da perseguição religiosa, Arnaldo inaugurou, em 8 de setembro de 1875, em Steyl, Holanda, a primeira casa missionária da Congregação do Verbo Divino. Sentindo a necessidade da presença da mulher na missão, especialmente junto às famílias, deu início à Congregação Missionária das Servas do Espírito Santo (SSpS) no dia 8 de dezembro de 1889.

Em 1896, completou sua obra missionária, com a fundação do ramo contemplativo, a Congregação das Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua (SSpSAP). Pela adoração permanente do Santíssimo, intercede pela Igreja e pelas outras duas congregações missionárias.

Santo Arnaldo faleceu em 15 de janeiro de 1909. Sua total entrega à vontade de Deus foi abençoada pelo crescimento contínuo das comunidades por ele fundadas. No dia 5 de outubro de 2003, o Papa São João Paulo II o canonizou.

O Sagrado Coração de Jesus

Para Santo Arnaldo, o coração era o centro da espiritualidade. No coração de Jesus, o amor incondicional de Deus Pai foi revelado e, na força do Espírito Santo, Jesus anunciou esse amor às pessoas, convidando-as a participar do Reino de Deus.

O pensamento da morada da Trindade no Coração de Jesus moldou toda a vida de Arnaldo Janssen, sua orientação para a missão, seu desejo de glorificar a Deus Uno e Trino, de seguir Jesus e colaborar com o anúncio do Evangelho para “Que todos os povos cheguem a conhecer o Pai amoroso e sua infinita misericórdia e possam, desde já, partilhar na comunidade da Trindade”, como costumava dizer.
Como jovem padre, Arnaldo percorria toda sua diocese para propagar o Apostolado da Oração. Para ele, conformar a própria vida de acordo com o projeto de Cristo, “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10), era a melhor devoção ao Coração de Jesus.

Com Santo Arnaldo, aprendemos que tão importante quanto a veneração do Divino Coração de Jesus é tornar nosso coração semelhante ao do Senhor, seguindo Cristo no pensar, no agir, na oração, no amor ao Pai e no amor à humanidade. Por isso, Arnaldo sempre rezava: “Viva o Coração de Jesus nos corações de todas as pessoas!”.

À frente de seu tempo

Além de fundar as três congregações, Arnaldo Janssen foi um homem de visão muito à frente de sua época. Ele deixou inúmeras contribuições por meio de seu intenso apostolado, uso da imprensa e serviço à Igreja como um todo.

Entre as principais contribuições de Santo Arnaldo, podemos destacar a formação da consciência missionária entre os católicos alemães de seu tempo, a divulgação da importância do ecumenismo, a promoção do apostolado leigo, do apostolado da imprensa católica, o pioneirismo no movimento de retiros espirituais, o incentivo ao estudo da Antropologia, a aceitação de vocações dos países de missão, a abertura à internacionalidade, dando um caráter plurinacional às comunidades missionárias.

Padre Arnaldo, muitas vezes, foi criticado por seu gênio. Alguns o consideravam um louco, pois, numa época em que as casas religiosas estavam sendo fechadas em consequência da perseguição religiosa promovida pelo Kulturkampf (revolução cultural), na época de Bismarck, ele propunha a fundação de uma obra missionária.

Arnaldo Janssen é exemplo de alguém que, ao longo dos anos, por uma vida intensa de oração e dedicação missionária, deixou-se transformar, somando sua força de vontade, perseverança e profundo senso de responsabilidade a serviço da vontade de Deus.

Irmã Ana Elídia Caffer Neves, SSpS
Jornalista, membro da Equipe de Comunicação Congregacional e coordenadora de Comunicação da Província Stella Matutina (BRN)

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