Vá, 2020! Vá e leve com você a dor e o luto dos que ficaram, sentindo a morte de entes queridos e amados… Mas deixe a saudade e nos encha de memórias!
Vá, 2020! Leve a insensatez de governantes no poder, mas deixe nossa esperança na boa política!
Vá, 2020! Leve o silêncio das escolas vazias, mas deixe as novas possibilidades potentes de aprendizado!
Vá, 2020! Leve nossa falta de fé, mas nos deixe plenos de espírito e espiritualidade!
Vá, 2020! Leve os dramas vividos em cada família, mas deixe as novas formas de experienciar afetos e conexões!
Vá, 2020! Leve o desemprego, mas deixe nossa capacidade de não desistir, jamais!
Vá, 2020! Leve as palavras mal ditas, mas deixe um arsenal de motivos para refazer elos desfeitos!
Vá, 2020! Leve o peso de relações tóxicas, mas nos deixe acreditando na leveza da humanidade!
Vá, 2020! Leve a fome e o racismo…
Vá, 2020! Leve os abraços não dados, mas deixe nosso olhar impregnado de acolhida e afeto!
Vá, 2020! Leve a correria, mas deixe nossa atitude e compromisso de desacelerar a vida do planeta!
Vá, 2020! Leve a solidão de tantos lares e pessoas, mas deixe-nos atentos para sermos presença na vida de tantas pessoas a nosso novo redor!
Vá, 2020! Leve as “balas perdidas”, mas deixe nossa indignação e sede por justiça!
Vá, 2020! Leve o adoecimento, mas deixe a incansável energia dos profissionais da saúde a nos curar!
Vá, 2020! Leve o distanciamento social, mas deixe as novas formas de sermos uns pelos outros!
Vá, 2020!
Maria José Brant (Deka), assistente social, analista de políticas públicas na Prefeitura de Belo Horizonte-MG, mestra em Gestão Social, mosaicista nas horas vagas.