A presença constante de Jesus na Eucaristia é sustento na vida espiritual. A qualquer momento, podemos encontrar Jesus esperando por nós no sacrário, em quase todas as igrejas ou capelas católicas. Mas, neste tempo de pandemia, estamos privados da Eucaristia. As missas estão sendo celebradas a portas fechadas. Como então viver a fé sem poder comungar? Como celebrar a solenidade de Corpus Christi sem procissão e sem adoração ao Santíssimo Sacramento?
Aqui no Convento Santíssima Trindade, em São Paulo-SP, nós nos consideramos muito privilegiadas, pois, apesar de não termos missa, acompanhamos pela televisão e, na hora da comunhão, podemos comungar, pois temos as hóstias consagradas conservadas em nossa capela. Isso para nós é motivo de alegria e gratidão.
Mas a maioria do povo de Deus está vivenciando o jejum eucarístico. Claro que Jesus há de transbordar sua graça a todos os que o desejam sinceramente e não permitirá que, por falta do sacramento da Eucaristia, o seu povo fique abandonado. Em seu grande amor, Jesus sempre encontrará outras maneiras de saciar nosso coração e nossa alma.
Mesmo sabendo que sempre e em qualquer circunstância podemos contar com Jesus, é importante sentir falta da missa presencial, da comunidade e de receber o corpo e o sangue de Cristo na comunhão. O perigo é nos acomodarmos com a situação e relaxar em nossa vivência de fé.
Para que isso não aconteça, precisamos nos fortalecer interiormente com os recursos que temos a nosso dispor, mesmo que não podemos fazer o que antes era nossa prática diária ou dominical. O importante é manter sempre nossa conexão com Deus, pela oração, e com as pessoas, pelo amor, a gentileza e a solidariedade.
Há também muitas famílias que, pela correria da vida moderna, perderam os referenciais religiosos cultivados no passado e se sentem perdidas e confusas. Já não sabem rezar e nem dão tempo para o cultivo da espiritualidade. A consequência é o vazio existencial e, muitas vezes, a falta de sentido e o desânimo diante dos desafios e sofrimentos da vida. Em tempos como os atuais, quase tudo pode se transformar em desespero.
Como Deus é bondade e misericórdia, está sempre pronto a nos acolher e nos ensinar o caminho de volta à sua amizade. Basta abrir o coração e se deixar guiar por seu espírito. Mas, para ajudar neste caminho, trazemos aqui algumas práticas de fé muito simples, mas capazes de transformar a vida e preenchê-la de alegria e de plenitude.
Sete práticas de fé para o dia a dia
1) Ao levantar, agradecer a Deus pelo novo dia e pedir a força para sempre fazer o bem.
2) Dedicar alguns minutos diários à Palavra de Deus. Jesus está presente, de forma real, também no Pão da Palavra, como nos ensina a Igreja. Sugerimos ler alguns versículos do Evangelho e refletir sobre eles, ou meditar as leituras diárias da missa (há vários aplicativos que podem ser baixados no celular).
3) Agradecer pelo alimento antes das refeições.
4) Em qualquer momento de dificuldade, pedir pela inspiração ou proteção de Deus.
5) O Pai-Nosso e a Ave-Maria podem ser rezados a qualquer hora do dia ou da noite.
6) Ajudar ao próximo em suas necessidades, sendo gentil com quem amo e também com quem não tenho afinidade.
7) Antes de dormir, repassar o dia para agradecer o que foi bom, aprender com o que não deu certo e pedir perdão se prejudiquei alguém.
Há muitas outras práticas de oração que poderão ajudar a crescer na fé. O essencial é buscar Deus com simplicidade e conversar com Ele como o amigo que sempre está a nosso lado. A oração é um caminho de coerência entre o que falamos com Deus e o que fazemos em nossa vida pessoal e no relacionamento com as pessoas. Quanto mais perto de Deus, mais amor dedicamos às pessoas e mais nos sentimos comprometidos e solidários com os que mais sofrem. Isso é sinal de maturidade na fé.
E, quando a pandemia passar, vamos celebrar novamente, e com muita alegria, os momentos litúrgicos e retomar com empenho nossa vivência eucarística. Vamos nos reencontrar em comunidade e manifestar nosso amor e gratidão a Jesus por permanecer sempre conosco.