Você também já vive na Era do Multi?

Atualmente, somos quase 8 bilhões de pessoas em nosso planeta, e, por incrível que pareça, nenhum de nós é igual ao outro. Mesmo morando nas mesmas cidades, ouvindo as mesmas músicas e tendo o mesmo grupo de amigos, somos seres únicos, que guardam grandes singularidades.

Em um mundo cada vez mais globalizado, onde todos se conectam e as distâncias estão cada vez mais curtas, desenvolver habilidades que lhe permitam saber conviver com culturas diferentes e respeitá-las se tornou algo fundamental para o processo de desenvolvimento da mente humana.

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” (Albert Einstein); o mesmo podemos quando conhecemos novas culturas. Ao conhecermos novos costumes, tradições e hábitos, nossos horizontes são expandidos e passamos a enxergar o outro com mais fraternidade e respeito, compreendendo que cada um de nós é fruto do meio em que foi criado e que sempre teremos muito a aprender enquanto estivermos abertos a novas experiências.

Ao receber os membros da delegação Emouna Fraternité Alumni, em 23 de junho de 2018, o Papa Francisco disse: 

A verdadeira fraternidade só pode ser vivida com esta atitude de abertura aos outros, que nunca procura um sincretismo conciliador; ao contrário, procura sempre sinceramente enriquecer-se com as diferenças, com a vontade de as compreender para melhor as respeitar, pois o bem de cada um reside no bem de todos. (Acesse o discurso completo) 

O respeito às diferenças é fundamental em todo esse processo, pensando naquele que está próximo e no que pode vir de longe e será recebido por culturas tão diversas. 

Nesta grande aldeia global em que vivemos (chamada planeta Terra), inúmeras pessoas migram em busca de melhores condições de vida e, muitas vezes, em direção a países com culturas diferentes daquela onde foram criadas. Recebê-las de braços abertos, assim como acolhemos um irmão, nos faz mais humanos e fortifica em cada um a missão de ajudar o próximo e garantir que todos tenham a dignidade de ter um lugar para chamar de “lar”, onde se sintam seguros e prontos para firmar novas raízes.

A intolerância e o preconceito são sementes férteis para solos onde o conhecimento é ausente. Permitir que crianças, jovens e adultos tenham acesso a uma educação de qualidade, plural e inclusiva é uma das bases mais importantes para que tenhamos uma sociedade cada vez mais multicultural. Conhecendo a riqueza guardada no modo de vida de cada povo, aprendemos a admirá-los e poderemos propor, com ainda mais força, a criação de políticas públicas que deem o devido suporte a cada um que necessitar.

Respeitar as diferenças é, antes de tudo, respeitar a si. Compreender que são as nossas diferenças que nos fazem únicos e que dessas relações nascem novas ideias, conceitos e culturas é ponto de partida para uma sociedade mais inclusiva, na qual todas as minorias possam ter sua voz e representatividade. 

Que nossa sociedade prospere mais na construção de pontes do que de muros; que nossos líderes e governantes tenham, em seus governos, políticas e práticas que resguardem os direitos de todos; e que o outro possa encontrar em cada um de nós a certeza de uma escuta atenciosa, um abraço fraterno e acolhimento para que possa se sentir seguro para demonstrar sua verdadeira identidade.

 

Guilherme Luiz Lopes Ferreira

Mestre em Geografia e professor no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte-MG. 

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