Para os dez participantes da primeira etapa, o Curso de Bibliodrama foi uma surpresa do começo ao fim. Todos chegaram muito curiosos e descobriram que não se tratava de fazer “dramatizações”, mas de mergulhar numa vivência da Palavra de Deus que encanta e toca o coração.
O ingrediente principal do Bibliodrama, segundo o verbita Ir. Paolo Delucca, um dos facilitadores, “é como alimentamos a nossa fé e a nossa alma com a Palavra de Deus”. Também para as outras duas facilitadoras, as irmãs Maria de Fátima Marques e Heloíse Matos, a Bíblia e a vida caminham juntas. Cada pessoa é convidada a se deixar tocar e transformar pela Palavra.
O curso foi realizado no Centro Missionário Cultural Santíssima Trindade, no último fim de semana de março, e foi como um retiro para os participantes, dos quais a maioria era educadores e educadoras da Rede de Educação Missionárias Servas do Espírito Santo e ainda algumas irmãs e missionárias leigas de Deus Uno e Trino (MLDUT). Pelos depoimentos, é possível ter uma ideia do que significou o curso.
Para a missionária leiga e educadora Maria Cristina Queiroz Maia, o “mapeamento do texto”, um dos elementos do bibliodrama, “permite identificar as motivações, significados e sentimentos que a Palavra gera na relação comigo, com Deus e com o próximo. Essa vivência é curativa e libertadora”.
O facilitador Paolo acrescenta que o mapeamento “convida a entrar na história de Jesus e no mistério de nossas vivências cotidianas”. Segundo ele, o Espírito Santo atua em nossa intuição e aprofunda a fé, e, no diálogo com a Santíssima Trindade, o amor se propaga e faz o coração arder, como aconteceu aos discípulos de Emaús.
Já a educadora Simone Fortunato Nunes, o bibliodrama contribui para “um novo olhar acerca das leituras bíblicas, atentando para os sinais presentes nas palavras, versículos e parábolas”. Mas o mais interessante para ela é “fazer a ‘ponte’ entre a Bíblia e a vida, num exercício de interiorização que promove o autoconhecimento e o crescimento pessoal”. Irmã Lusia Sakunab também fala do novo olhar e acrescenta: “Ajudou-nos a usar nossa criatividade na vivência da liturgia e nas celebrações do nosso dia a dia”.
As educadoras Rogelia Aparecida de Rezende e Luciana Marzulo enfatizaram que o bibliodrama proporcionou uma vivência de encontro com Deus com base na Palavra, consigo mesmas e com os outros. Para Luciana, foi uma “transformação pessoal” e, para Rogelia, um momento de “abrir novos caminhos e de se deixar guiar”.
Também a missionária leiga e educadora Nanci Regis Queiroz Afonso ressaltou que a partilha no grupo foi essencial e ajudou a melhor compreender e viver os desafios do dia a dia. “O Bibliodrama me fez mergulhar em mim mesma e encontrar o tesouro da Palavra de Deus de modo muito significativo. Construí pontes em mim. Portas se abriram no meu coração”, acrescentou ela.