E a nossa série de matérias sobre os biomas brasileiros está de ‘vento em popa’… ou seria de ‘vento em pampa’? Sim, hoje nossa série segue para desbravar os Pampas gaúchos!
Localizado no extremo sul do Brasil, no Rio Grande do Sul (63% do seu território e 2,07% do território brasileiro), o Pampa é um bioma bastante influenciado pelo clima subtropical. Em virtude do clima frio e seco, a vegetação não consegue desenvolver-se, sendo constituída principalmente por gramíneas, como capim-barba-de-bode, capim-gordura, capim-mimoso etc. Por isso, ao ser observado ao longe, o pampa tem a aparência de um grande tapete verde.
Porém, por ser um conjunto de ecossistemas muito antigos, o Pampa é um dos maiores centros de biodiversidade campestre do mundo. Tanto que nem os pesquisadores foram capazes de registrar ainda todas as plantas e animais deste bioma. Estimativas indicam que lá se encontram em torno de 3.000 espécies de plantas, com notável diversidade de gramíneas (são mais de 450 espécies) e leguminosas (150 espécies). A fauna é expressiva, com quase 500 espécies de aves e mais de 100 espécies de mamíferos terrestres. São exemplos de animais que vivem nesse bioma o veado, a garça, lontras e capivaras, contando ainda com espécies raras, migratórias e de interesse econômico como o jacu, o veado campeiro, o lobo guará, o furão, o preá, o sapinho-de-barriga-vermelha, dentre outros.
Em comparação a savanas e florestas, o pampa é considerado fundamental na atenuação do efeito estufa, controle da erosão do solo e preservação da biodiversidade.
Tudo isso… em risco
Desde a colonização ibérica, a pecuária extensiva dos campos nativos é a principal atividade econômica da região, mas também grande responsável pela sua destruição, pois contribui para a desertificação do seu solo. Em 2008, restavam apenas 36,03% da sua vegetação nativa.
Hoje, das 105 áreas do bioma Pampa consideradas “Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira”, 41 delas são consideradas de importância biológica extremamente alta. Porém, apenas 3,3% dessas áreas estão em unidades de proteção e conservação. E agora, para piorar, o Pampa ainda sofre uma ameaça muito mais grave: a introdução do monocultivo de Pinus e Eucaliptos, inadequado às características deste bioma.
O que fazer?
O uso sustentável dos recursos ambientas é o elemento essencial para assegurar a conservação do Pampa. A diversificação da produção rural e a valorização da pecuária com manejo do campo nativo, juntamente com o planejamento regional, o zoneamento ecológico-econômico e o respeito aos limites ecossistêmicos, são o caminho para assegurar a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento econômico e social.
Saiba mais
Pra finalizar, veja um videozinho da TV Cultura Digital sobre o bioma Pampa e saiba mais sobre ele:
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