Desde a década de 1990, o mês de outubro traz, na cor rosa, um lembrete para a prevenção, o diagnóstico precoce e o rastreamento do câncer de mama, enfatizando a importância do autocuidado. Nesse sentido, a irmã Ivani Krenchinski, missionária serva do Espírito Santo (SSpS), partilha a visão holística da saúde da mulher presente no trabalho que realiza no Município de Alto Alegre, Roraima.
Naturoterapeuta, ela atende mulheres na indicação terapêutica de acordo com a necessidade individualizada, por meio dos florais de Bach, fitoterapia, acupuntura, orientação nutricional e homeopatia popular. “O cuidado é um alerta que passa por relações com nós mesmas, com os outros, com Deus e com a natureza. Esse cuidado passa por aquilo que pensamos, vivemos e consumimos”, afirma Ir. Ivani. Segundo ela, o Outubro Rosa é uma oportunidade para a autoavaliação e para intensificar o cuidado por meio da conscientização: “Muitas vezes, cuidamos de todos e nos descuidamos de nós mesmas”.
Irmã Ivani diz que, segundo o livro “Essências florais e cura das doenças”, de Maria Cristina Nogueira Godinho dos Santos, o câncer tem como raízes a mágoa profunda, os ressentimentos e o ódio corroendo o ser. Também implica mapas emocionais ligados à rigidez, ao desamor e à forte carência afetiva na primeira infância. “Cuidar-se para cuidar dos outros implica numa autoconsciência do que se passa dentro de nós mesmas, em vários aspectos. Nosso corpo é a casa. Ele é um microfone que grita por meio das doenças, pedindo socorro”, assinala.
Elementos em equilíbrio
Equilibrar mente, emoção e espírito é o conselho da Ir. Ivani Krenchinski. Esses três elementos são indispensáveis para preservar a qualidade de vida e para cuidar dos outros.
- A mente é o comando do nosso ser, responsável por julgar, decidir, organizar e coordenar todo o corpo. Se nossa mente pensar e agir negativamente, cultivando pensamentos de pessimismo, complexos de inferioridade, medos, tristeza, culpa, raiva e sentimentos e outros, teremos como consequência várias doenças físicas, entre elas o câncer.
- A emoção é um sentimento que se multiplica constantemente, e a educação que nós recebemos nos leva, muitas vezes, a negá-lo ou a fingir que não o sentimos. Quem recebe a carga é o corpo físico, somatizando as emoções que nós sentimos em doença. Atualmente, a Medicina trocou os questionamentos diante da pessoa doente: indaga “onde dói” em vez de perguntar “o que você sente”.
- O espírito é o centro da vida. Quando o espírito está sem luz, sem sentido, sem uma entrega verdadeira, acabamos necessitando de drogas lícitas e medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos e tantos outros para superar esse problema que sentimos internamente e que não nos deixa viver tranquilos.
Práticas de cuidado
Em sua atividade como naturoterapeuta, Ir. Ivani repassa sete dicas para desenvolver uma autoconsciência do próprio cuidado:
- Cultive pensamento positivo e bom humor, pois nos trazem alegria e tranquilidade.
- Inicie o dia bebendo meio litro de água, em jejum.
- Faça exercícios físicos diários, pelo menos quatro vezes na semana, e faça uma respiração profunda em ambientes abertos.
- Procure primar por relacionamentos harmônicos, respeitosos e dialógicos, porque eles tornam o corpo mais leve, gerando generosidade, solidariedade e sensibilidade para consigo, com os outros e com o ambiente habitual.
- Respeite a necessidade do corpo em relação ao sono. Ele é a consequência de uma boa saúde.
- Após passar por aborrecimentos, faça uma caminhada para eliminar, através da pele, as toxinas produzidas, ou tome um bom banho, pois a água ajuda a descarregar as energias tóxicas, além de afagar e relaxar o físico, a mente e o espírito.
- Cultive sonhos e amplie horizontes. Nós não nascemos mulheres, nós nos tornamos mulheres.
“Mulheres, aproveitemos o mês rosa para rever nosso cuidado físico, participando dos exames preventivos de câncer de mama e de colo de útero. Sempre em alerta com nossa casa: corpo, mente, emoção e espírito. Sejamos essa presença cuidada e cuidadora, estendendo essa consciência ecológica de preservar o meio ambiente como extensão de nossa casa de cuidados.”
Irmã Ivani Krenchinski, SSpS
Casos no Brasil e no mundo
Conforme os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram estimados 73.610 novos casos de câncer de mama em 2023, com um risco considerado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres brasileiras. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. A doença representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres em todo o mundo.
Os dados e as campanhas do Outubro Rosa alertam para a necessidade do autocuidado, mantendo em dia os exames preventivos. A cartilha “Câncer de mama: vamos falar sobre isso?”, produzida pelo Inca, destaca que, quando a mulher conhece bem seu corpo, ela pode perceber mudanças e ficar alerta para um sinal ou sintoma suspeito da doença.
Leia mais em nossa matéria de 2021: https://blog.ssps.org.br/o-amor-proprio-comeca-pelo-autocuidado
Saiba mais em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/campanhas/2023/outubro-rosa
A origem do Outubro Rosa
Em 1982, Nancy Brinker criou a Fundação Susan G. Komen para o Câncer de Mama, nos Estados Unidos, em homenagem à irmã, falecida em 1980, aos 36 anos, após três anos de batalha contra o câncer de mama. Em outubro de 1986, a Fundação estabeleceu o primeiro Mês de Conscientização do Câncer de Mama. Logo se tornaria internacional o movimento de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama. A fita cor-de-rosa foi instituída em 1991, como símbolo da prevenção ao câncer de mama, sendo distribuída pela ONG na Corrida pela Cura, realizada em Nova Iorque. Saiba mais em https://www.komen.org/about-komen/our-mission/
Irmã Ivani Krenchinski, SSpS
Naturoterapeuta e nutricionista com pós-graduação em acupuntura e em fisioterapia, atuando no Município de Alto Alegre-RR.